CDS prepara programa do Governo a pensar na coligação com o PSD

Vice-primeiro-ministro e líder do PP respondeu com ironia à sugestão de Pedro Santana Lopes de que Paulo Portas seria um bom nome para candidato à Presidência da República. “Não estou nem aí”.

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Paulo Portas preside esta segunda-feira à noite a comissão política do CDS Miguel Manso

Os democratas-cristãos reunem-se esta segunda-feira à noite para fazer um primeiro balanço do futuro programa do Governo, que está a cargo de seis coordenadores. Fora da reunião da comissão política nacional do CDS ficará a questão da coligação pré-eleitoral para as legislativas com o outro parceiro do Governo. O tema juntou há dias, num hotel de Lisboa, Paulo Portas e Marco António Costa, mas pouco transpirou deste encontro, que aconteceu depois de Pedro Passos Coelho e o vice-primeiro-ministro terem almoçado.

 Os coordenadores fazem um primeiro balanço das ideias para o futuro programa de Governo, que assenta em seis áreas específicas. A convicção de um membro da direcção do partido é que o programa fique concluído até ao final de Abril e, no caso de haver coligação, terá de ser depois discutido com o PSD.

Ao fim da manhã desta segunda-feira, o líder do CDS e vice-primeiro-ministro remetia para a reunião da comissão política da noite eventuais comentários sobre a sugestão de uma candidatura sua à Presidência da República, lançada por Pedro Santana Lopes numa entrevista publicada domingo no Diário de Notícias. “A minha vida partidária é só logo à noite, mas não estou nem aí”, respondeu Portas aos jornalistas quando questionado sobre o assunto, à margem da apresentação do programa MBIA - McDonald's Business Initiative for Agriculture, que decorreu em Lisboa.

 "À noite podemos falar, porque tenho comissão política", acrescentou o líder do CDS, deixando em aberto a possibilidade de se manifestar sobre o assunto junto do partido.

Antes da reunião da comissão política, o PÚBLICO falou com alguns dirigentes sobre uma eventual coligação com o PSD e todos disseram que o partido vê com bons olhos um entendimento pré-eleitoral. Porquê? “Primeiro porque os protagonistas políticos são os mesmos [Passos Coelho e Paulo Portas], segundo porque o Governo chega ao fim do mandato num clima aceitável”. “Há condições políticas para haver uma coligação pré-eleitoral”, sustenta uma fonte da direcção, que vai mais mesmo longe ao dizer que a questão do candidato presidencial pode vir a fazer parte das negociações da coligação.

“Em Outubro já todos os candidatos presidenciais serão conhecidos, pelo que acho que até pode prejudicar o entendimento se os dois partidos não acautelarem a questão de um candidato comum a Belém”, adiantou a mesma fonte, assumindo que,” institucionalmente, nenhum partido avançará com nomes até acertaram o seu candidato”.

O líder do CDS, Paulo Portas, e o vice-presidente do PSD e porta-voz do partido, Marco António Costa, estiveram reunidos há dias, em Lisboa, com a coligação pré-eleitoral na agenda, mas pouco transpirou deste encontro. As negociações devem fechar no final do mês de Abril, prevendo-se que a coligação seja anunciada pouco depois. Esta, porém, não foi a primeira vez, que os dois dirigentes se reuniram por causa do dossiê das legislativas.

Os sociais-democratas têm sondagens internas que indicam que o partido poderá vencer as legislativas mesmo que vá a votos sozinho. Mas se os dois partidos acordarem concorrer coligados, o CDS entende que se deve manter a proporcionalidade que foi consertada nas últimas legislativas, ou seja, um deputado para os democratas-cristãos para cada quatro do PSD.

O ex-líder do PP, Ribeiro e Castro, considera que a “formação das listas de deputados deve ser feita com base numa “regra objectiva que passa pela repartição e ordenação que resulta das eleições legislativas de 2011, aplicando-se o método de Hondt”. Tudo aponta para que as negociações sobre os nomes que vão integrar as listas para as legislativas sejam feitas com o ministro Pedro Mota Soares, que integra a comissão política do CDS.

As recentes eleições regionais na Madeira, em que o CDS se manteve como segunda força política mais votada atrás do PSD, estavam igualmente na ordem de trabalhos da reunião da comissão política nacional do PP.

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