Alentejo Litoral define turismo, Sines e produtos locais como apostas até 2020

Plano de desenvolvimento preparado por Augusto Mateus para a comunidade intermunicipal aponta para valorização dos recursos naturais e humanos mas não dispensa acessibilidades como o comboio até Espanha.

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O maior projecto para Sines é a construção do novo terminal de contentores Vasco da Gama Miguel Manso

O desenvolvimento do Alentejo Litoral até 2020 vai passar, sobretudo, pelo investimento no turismo e promoção do destino na Europa, no reforço do polo industrial em torno do porto de Sines e na valorização dos recursos locais, tanto humanos, através da qualificação das pessoas, como agrícolas, com destaque para o vinho e o azeite.

Os três eixos principais da estratégia alentejana constam do plano de desenvolvimento do Alentejo Litoral até 2020, elaborado por Augusto Mateus para a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), que integra os municípios de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira. O documento foi apresentado nesta terça-feira em Sines.

Embora as prioridades contidas no programa Portugal 2020, para co-financiamento europeu ao abrigo do novo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) sejam a “competitividade e a internacionalização”, como sublinhou o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, também presente em Sines, o plano estratégico não dispensa o investimento em acessibilidades rodoferroviárias, como é o caso do comboio de Sines para Espanha, há muito reivindicado.

“O Alentejo não tem estradas a mais, temos poucas e de fraca qualidade”, afirmou o autarca de Sines, considerando “cada vez mais injustificável” que não se avance com a construção da ligação ferroviária Sines-Elvas. Nuno Mascarenhas, disse esperar “que o novo presidente da REFER atenda a esta questão”.

A necessidade do investimento no comboio de mercadorias foi defendida por autarcas e pelo presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS). “A ferrovia é essencial” para o porto de Sines, que “concorre no plano internacional” com portos ibéricos, disse João Franco.

O presidente da CIMAL e autarca de Alcácer do Sal, Vítor Proença, acrescentou que a ligação ferroviária é “urgente” e que as acessibilidades rodoviárias são também “determinantes para a rapidez, segurança e competitividade” do território.  

Já quanto à aposta no turismo, o responsável pelo plano, Augusto Mateus, explicou que a estratégia turística para o litoral alentejano não é “fazer um Algarve serôdio, nem uma Madeira Maior”, mas promover externamente, sobretudo na Europa, um “produto novo” construído com a identidade local.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional afirmou que o programa Portugal 2020 passou, este mês, da fase de planeamento para a concretização, prevendo para “meados do mês” a abertura do concurso público em que as comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas devem apresentar as propostas “correspondentes a 75%” do total dos projectos dos seus planos de desenvolvimento e coesão.

Manuel Castro Almeida lembrou que o novo QCA representa um envelope financeiro de 21,5 mil milhões de euros para o Alentejo, num crescimento de 27% relativamente ao quadro comunitário que está a terminar.

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