Vaga de demissões nos hospitais públicos

Em pouco mais de um ano, dezenas de dirigentes de grandes hospitais do país colocaram os lugares à disposição.

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Vinte e dois hospitais já fiscalizados não afixaram a informação sobre os direitos dos utentes daniel rocha

As demissões em bloco em grandes hospitais do país sucederam-se ao longo do último ano. Pediram para sair direcções de serviços clínicos e de urgências, alegando falta de condições de trabalho e falhas na qualidade assistencial dos doentes.

Janeiro de 2014
A direcção das urgências do Hospital Amadora-Sintra pediu para sair numa altura em que se registava um pico de afluência e procura do serviço. A administração garantiu que a situação foi ultrapassada. A equipa manteve-se em funções.

Junho de 2014
A administração, a direcção clínica e os directores de departamento do Centro Hospitalar S. João, Porto, apresentaram um pedido de demissão em bloco, alegando não ter condições para continuar a tratar os doentes de forma adequada. O Ministério da Saúde prometeu resolver a situação, aceitou as propostas apresentadas pelos demissionários e estes retiraram os pedidos.

Setembro de 2014
A directora clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Maria do Céu Machado, pediatra e antiga Alta Comissária para a Saúde, demitiu-se, sem explicitar as razões para a sua saída, que terá ficado a dever-se a divergências com a administração.

Novembro de 2014
16 chefes do serviço de urgência do Hospital Amadora-Sintra colocaram o lugar à disposição, queixando-se de falta de condições de trabalho e da falta de pessoal.

Janeiro de 2015
Sete chefes da equipa do serviço de urgência do Hospital Garcia de Orta, Almada, apresentaram pedidos de demissão, devido à sobrelotação do serviço e do internamento. Depois de ficar acordado com a administração o reforço de médicos especialistas e enfermeiros, estes terão recuado na decisão.

Fevereiro de 2015
28 dos 33 directores de serviço do Hospital Amadora-Sintra colocaram o lugar à disposição, argumentando que a direcção clínica e a administração "não têm conseguido defender os interesses da população e das populações que este serve”. A administração nomeou uma nova directora clínica mas os médicos mantêm-se demissionários

O director clínico do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Miguel Oliveira e Silva, pediu para sair ao fim de apenas quatro meses no cargo, alegando que se quer dedicar à vida académica, mas na base sua decisão estarão problemas de incompatibilidades com colegas.

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