Em Outubro morreram mais pessoas do que é habitual

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Temperaturas consideradas normais para o Verão Daniel Rocha

Este Outubro, o mais quente desde que há registos, verificou-se uma mortalidade um pouco acima do esperado em Portugal para esta altura do ano. Morreram 8567 pessoas, 5,5% mais do que era habitual em anos anteriores, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Na prática, foram mais cerca de quatro centenas de mortes do que no mês de Outubro de anos anteriores, mas um especialista da direcção-geral (organismo que desde há algum tempo dispõe de um sistema que  monitoriza os óbitos diariamente) sublinha que esta oscilação “não é estatisticamente significativa”, apesar de poder representar um reflexo do “calor fora de comum” para o mês de Outubro.

O sistema de monitorização de óbitos registou uma “evolução acima do esperado” nesse mês, justificada sobretudo por um acréscimo de mortes na região de Lisboa (mais 10,6%, ou seja, mais 226 mortes do que o habitual).

Vai ser preciso analisar o que aconteceu, mas o responsável pela Divisão de Estatísticas de Saúde na DGS, Paulo Nogueira, desdramatiza desde já, notando que estamos perante um acréscimo "não significativo" de mortes, que permaneceu sempre dentro dos chamados "intervalos de confiança".

"É preciso ter em conta que já não temos picos de mortalidade há algum tempo e que há muita população [sobretudo idosa] num estado vulnerável", diz. Face a condições atmosféricas pouco comuns, estas pessoas podem não aguentar, acrescenta Paulo Nogueira, em jeito de explicação para os números.

A somar a temperaturas mais elevadas do que é usual para a época, também se assistiu a outro fenómeno, o de poeiras do deserto suspensas no ar, o que provoca uma pressão acrescida para a saúde de pessoas já em situação de vulnerabilidade.

Os dias com mais mortalidade coincidiram, de facto, com uma onda de calor que o Instituto Português do Mar e Atmosfera registou entre 17 e 27 de Outubro.

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