Imã da Al-Azhar condena "crimes bárbaros" do Estado Islâmico

"Pergunto-me, dia e noite, quais são as razões desta sedição vingativa e deste infortúnio árabe, manchado pelo sangue".

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O grande imã Ahmed al-Tayeb (à direita) com o papa copta Tawadros e o representante saudita AFP

O grande imã da Al-Azhar, uma das mais prestigiadas instituições do islão sunita, situada no Cairo, condenou nesta quarta-feira os "crimes bárbaros" do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

Na abertura de uma conferência internacional que reuniu, na capital egípcia, líderes religiosos de quase 20 países — entre eles a Arábia Saudita, o Irão e Marrocos —, Ahmed al-Tayeb disse que com os "crimes bárbaros [cometidos] em nome dos costumes desta religião sagrada, e ao darem a si próprios o nome de ‘estado islâmico’", os extremistas tentam "exportar o seu falso islão".

"Pergunto-me, dia e noite, quais são as razões desta sedição vingativa e deste infortúnio árabe, manchado pelo sangue", disse o xeque da Al-Azhar. Os radicais do grupo EI são muçulmanos sunitas.

O líder religioso reconheceu que os países muçulmanos não podem ignorar "a sua própria responsabilidade no aparecimento do extremismo que fez nasceu organizações como a Al-Qaeda e outros grupos armados". Mas considerou que parte da responsabilidade é do Ocidente e citou o exemplo do Iraque, que "11 anos depois da invasão [pelos Estados Unidos] está repleto de milícias rivais, o que leva a banhos de sangue". A situação na Síria é semelhante, disse o xeque, apelando a que a coligação antijihadista, criada pelos Estados Unidos, "também combata os países que apoiam o terrorismo financeiramente e militarmente".

Estas palavras de Ahmed al-Tayeb surgem dias depois de o Papa Francisco — durante a sua visita à Turquia — ter apelado aos líderes religiosos muçulmanos para condenarem claramente o terrorismo islâmico.

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