João Semedo e Catarina Martins podem perder liderança do BE

Pedro Filipe Soares está mais perto de ser eleito daqui a uma semana. Parte para a convenção com vantagem de seis delegados.

Foto
João Semedo e Catarina Martins foram eleitos há dois anos Enric Vives-Rubio

Tudo está em aberto. A eleição de delegados à IX Convenção do BE, que decorre no próximo fim-de-semana, em Lisboa, ditou uma vantagem mínima de delegados para Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do partido, que apresentou uma moção contra a actual coordenação de João Semedo e Catarina Martins.

A moção de Pedro Filipe Soares venceu com 262 delegados contra 256 eleitos pela moção dos actuais coordenadores. 

Apesar de a votação das listas só decorrer na convenção, no domingo, e sob voto secreto, a margem de conforto é dada pelos delegados. Mas, sendo mínima, deixa tudo em aberto. Se, por um lado, é ambicioso equacionar que os delegados agora eleitos possam votar de forma diferente na convenção, por outro, os que foram eleitos pelas restantes três moções podem contribuir para alterar o desfecho. E são mais de 80. A semana promete, por isso, ser agitada.

O PÚBLICO tentou contactar os dois lados desta disputa. Vários dirigentes repetiram apenas a ideia de que a convenção ficará refém de um aceso debate entre as listas concorrentes. E que tudo pode acontecer. Certo é que, ganhe quem ganhar, terá que fazer um “esforço colossal” para reunificar o partido.

A verificar-se este resultado, João Semedo e Catarina Martins deixarão de ser os líderes do BE, dois anos depois de terem sido eleitos. A solução de dois coordenadores foi sugerida por Francisco Louçã quando se despediu da liderança, em 2012. Se o modelo nunca foi bem acolhido pela tendência UDP, da qual Pedro Filipe Soares é herdeiro, as opções políticas e as derrotas eleitorais que o BE tem acumulado foram apresentadas como motivo para o confronto. Na moção E, com que se apresenta na corrida, Pedro Filipe Soares acusa uma “direcção titubeante” e uma “linha política incoerente e errática”.

Enquanto no Bloco se contam espingardas por estes dias, alguns dos seus dissidentes, como Rui Tavares, fundador do Livre, e Ana Drago e Daniel Oliveira, da Fórum Manifesto, organizam-se para as próximas legislativas. Para hoje à tarde, está marcada a apresentação de uma “candidatura cidadã” às eleições de 2015, em conjunto com a Renovação Comunista.

Notícia actualizada às 13h55, com os resultados finais

Sugerir correcção
Ler 5 comentários