PS vai abster-se na proposta do BE sobre negociação da dívida

Governo está disponível para debater dívida pública no Parlamento.

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Vieira da Silva, ministro do Trabalho Nuno Ferreira Santos

O PS vai abster-se na votação do projecto de resolução do BE sobre reestruturação da dívida, apesar de não concordar integralmente com os termos da iniciativa, mas irá ‘chumbar' a iniciativa do PCP para a renegociação da dívida.

"Apesar de não concordarmos integralmente com os termos em que o projecto de resolução é formulado, é um projecto de resolução que valoriza de forma positiva a iniciativa de largos milhares de cidadãos que vieram pedir este debate e, nesse sentido, em particular por respeito por essa iniciativa, o sentido do nosso voto será a abstenção", anunciou o vice-presidente da bancada do PS Vieira da Silva, no final da reunião da bancada realizada esta manhã. 

Assegurando que não houve contestação a esta decisão, Vieira da Silva adiantou que a discordância dos socialistas ao projecto do BE tem que ver com o facto de se recomendar ao Governo que inicie um processo de negociação da dívida. "Não é isso que a nosso ver está em questão", referiu.

Quanto à resolução do PCP, que propõe a renegociação da dívida, o vice-presidente da bancada socialista disse que o PS irá votar contra. "Os fundamentos em que ele assenta e que pressupõem uma recusa clara, nomeadamente do processo de participação de Portugal no Euro e na União Económica e Monetária, na linha de outras posições que o PCP tem defendido, não podem merecer o acordo do PS", declarou.

 

 

Vieira da Silva disse ainda ter "uma expectativa elevada" sobre o sentido de voto da maioria PSD/CDS-PP ao diploma do PS, que "propõe, não apenas um mero debate sobre o tema da dívida e endividamento", mas considera que "a Assembleia da República deve desencadear uma audição pública que dê sentido, dê densidade, dê profundidade a esse debate". "Temos uma expectativa elevada que a maioria, ao contrário do que fez em sede de comissão parlamentar, desta vez permita que esse processo de audição, que esse debate possa ser feito", frisou.

 No final da reunião do Conselho de Ministros, o ministro da presidência, Luís Marques Guedes, afirmou a disponibilidade do Governo para debater a temática da dívida pública na Assembleia da República.

"A posição do Governo é a de reiterar o que foi dito mais do que uma vez pela própria Comissão parlamentar do Orçamento, Finanças e Administração Pública: reiterar a disponibilidade do Governo, e da ministra das Finanças em particular, para participar no debate que a Assembleia da República queira fazer sobre esta matéria", afirmou o ministro.

Marques Guedes assegurou que "o Governo, obviamente, dirá presente a esse debate quando e como a Assembleia da República entender que ele se deve desenrolar". "O Governo apenas aguarda que a Assembleia da República defina o figurino adequado para que [o Governo] se apresente a participar nesse mesmo debate", reforçou o governante.

Marques Guedes aproveitou a oportunidade para lançar, no entanto, uma farpa ao PS: "Da parte de algumas forças políticas tem havido apenas o lançamento de críticas sem nunca se comprometerem com qualquer proposta, qualquer linha de solução", criticou.

 

  

 

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