Solução para o BES foi a que “melhor serviu o interesse nacional”, elogia Cavaco

Presidente diz que se pode "confiar" que o Banco de Portugal optou pela solução que "não trazia óuns para o contribuite". Sobre a confusão na Justiça, apela à ajuda de todos os operadores judiciais.

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Daniel Rocha

Depois de há três semanas ter levantado dúvidas sobre se estaria de facto realmente bem informado sobre o que se passou no processo do BES, o Presidente da República veio hoje defender e elogiar a actuação do Banco de Portugal no processo de transição para o Novo Banco.

Durante uma visita a Oliveira de Azeméis, questionado pelos jornalistas, Cavaco Silva realçou que o Banco de Portugal ao escolher a divisão do BES em dois bancos optou pela solução “que melhor serviu o interesse nacional e que não trazia ónus para o contribuinte”. E, por isso, se pode “confiar” na instituição liderada pelo governador Carlos Costa cuja actuação até “surpreendeu” outros países.

“Foi dito desde o início por quem deve dizê-lo - que é a entidade de supervisão - que entre as alternativas que se colocavam foi escolhida aquela que melhor serviu o interesse nacional e que não trazia ónus para o contribuinte”, afirmou Cavaco Silva, acrescentando que o modelo de resolução escolhido para o BES é aquele em que “é o sistema financeiro como um todo que deve cobrir as perdas que posam ocorrer numa operação como esta”.

“Podemos confiar que a autoridade de supervisão nacional – e eu não tenho nenhuma informação em contrário, aliás, considero, como tem sido descrito por aqueles que são independentes -, que o Banco de Portugal actuou da melhor forma para defender o interesse nacional”, elogiou o chefe de Estado.

“Quem tem independência e analisa dessa forma e não tem interesses de natureza partidária em Portugal tem afirmado de forma categórica que o Banco de Portugal fez uma actuação que surpreendeu mesmo outros países que já tiveram casos muito semelhantes aquele que sucedeu em Portugal”, rematou o Presidente.

A confusão do Citius

Questionado sobre os problemas com a organização do sistema judicial, como novo mapa judiciário e o programa informático Citius, que motivou a greve dos oficiais de Justiça, o Presidente disse esperar que a “confusão que se tem verificado com a plataforma informática seja ultrapassada”.

E não perdeu a oportunidade para deixar um recado indirecto aos grevistas. “Ainda ontem li um comunicado do Conselho Superior da Magistratura em que referia o contributo que os juízes estão a dar para que as dificuldades sejam ultrapassadas. É esse que deve ser o espírito de todos aqueles que trabalham directamente nos tribunais mas também de todos os outros operadores judiciais.”

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