Com o Programa BIP-ZIP, "as organizações emanciparam-se"

A vereadora da Habitação adianta que no fim desta quarta edição é tempo de fazer uma avaliação daquilo que se conseguiu.

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O Programa BIP/ZIP é promovido pela Câmara de Lisboa e já vai na quarta edição Pedro Cunha

Para a vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local da Câmara de Lisboa, se há uma coisa que esta quarta edição do Programa BIP-ZIP deixou clara é que “as organizações emanciparam-se”. Isto porque, frisa, entre as 39 propostas seleccionadas pelo município há quase 30 que não têm como entidade promotora uma junta de freguesia.

“Houve candidaturas fortes, interessantes em que a entidade promotora é uma Organização Não Governamental. Era isso que estava em pensamento na génese deste programa”, afirma Paula Marques, para quem tal vem demonstrar que, além dos órgãos autárquicos, também “a sociedade civil e as organizações têm um papel” num processo como este.  

Mas isto não quer dizer que a autarca desconsidere o papel que as juntas têm no Programa BIP-ZIP, que vê como “um gatilho” para a “capacitação de parcerias locais”. Paula Marques sublinha aliás que das 24 freguesias saídas da reorganização administrativa da cidade houve 20 que “vieram a jogo”, integrando candidaturas como entidades promotoras ou como parceiras. Outro facto que a vereadora classifica como “interessante”, e demonstrativo de que é possível “olhar para o território de uma forma integrada”, é a existência de um projecto apresentado não por uma mas sim por duas juntas de freguesia, as de Alcântara e Campo de Ourique.

Fazendo um balanço das últimas edições deste programa, que começou em 2011, Paula Marques destaca que houve apenas dois projectos que não foram finalizados como estava previsto. “É muito bom”, afirma, adiantando que quando chegar ao fim o ciclo que agora se iniciou será tempo de parar para se fazer uma avaliação.

Segundo explica, o município vai olhar para os 67 bairros e zonas de Lisboa que foram definidos como sendo de intervenção prioritária (devido a um conjunto de indicadores sociais, urbanísticos e ambientais) e perceber o que mudou, ou não, nos últimos quatro anos. Paula Marques admite que nessa altura, e dado que “o panorama geral” em termos de carência social “não é bom”, possa haver novas áreas a integrar a carta dos BIP-ZIP. Esse é aliás o desejo de alguns presidentes de junta que, explica a autarca, acreditam que com essa classificação haverá  "uma probabilidade de maior atenção” por parte do município.    

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