"Retoma da actividade económica" pode explicar aumento de cirurgias urgentes

Balanço é da Administração Central do Sistema de Saúde. A Administração Regional de Saúde do Norte é a que tem mais consultas médicas por cada 100 mil habitantes: 64.861. Na região Sul, o rácio é de apenas 33.529 por 100 mil.

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Funcionários e aposentados do Estado têm um sistema complementar ao Serviço Nacional de Saúde. Rui Gaudêncio

Mais consultas, mais cirurgias programadas, mais cirurgias urgentes — sendo que o facto destas últimas terem aumentado pode estar relacionado com “a retoma da actividade económica”. É este o balanço da actividade do Serviço Nacional de Saúde no primeiro semestre do ano, em comparação com igual período do ano passado.

Os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), divulgados na página oficial na Internet, referem que houve um crescimento de mais 2,6% nas consultas médicas realizadas nos primeiros seis meses de 2014 (mais 153.708), num total de mais de 6,1 milhões de consultas. Destas, apenas uma em cada três são primeiras consultas.

Nas cirurgias programadas, o total registado foi de 289 mil cirurgias até Junho, a que corresponde um aumento de 3,7%. Mais de metade (57,5%) destas cirurgias realizaram-se “com a possibilidade de o doente ser operado e ter alta no mesmo dia, melhorando a sua comodidade, encurtando o tempo para regresso à vida activa e reduzindo a probabilidade de eventos indesejáveis, como infecções hospitalares”, sublinha a ACSS.

A transferência de cuidados cirúrgicos para ambulatório também tem impacto no número de doentes saídos do internamento — que têm vindo a baixar. Em média, os internamentos, no SNS, duram oito dias.  

Contrariando a tendência de períodos anteriores, “verifica-se um crescimento das cirurgias urgentes, com um acréscimo de actividade em 2%”, para 50.412, prossegue a ACSS na nota divulgada. “Esta observação pode estar em parte relacionada com a retoma da actividade económica, nomeadamente pelo aumento dos acidentes de trabalho e acidentes de viação.”

Quanto aos atendimentos nos serviços de urgência verifica-se uma estabilização face ao período homólogo (-0,5%).

É a Administração Regional de Saúde do Norte que regista mais consultas médicas por cada 100 mil habitantes (64.861), seguida do Centro (63.975). Na região Sul, o rácio é de apenas 33.529 consultas por cada 100 mil habitantes.

Na mesma nota, a ACSS faz saber que em breve disponibilizará um conjunto de novas informações sobre o funcionamento do SNS.

O microsite Monitorização do Serviço Nacional de Saúde, no sítio na Internet da ACSS, já tem informação sobre o SNS em geral e alguns indicadores de funcionamento dos hospitais mas vai disponibilizar, “pela primeira vez, dados que permitem comparar o desempenho de diferentes Agrupamentos de Centros de Saúde durante o primeiro trimestre de 2014. Esta nova ferramenta constitui um alargamento do benchmarking já disponível para a área hospitalar”, refere a nota.

E acrescenta que serão disponibilizados indicadores como a taxa de utilização de consultas de médicas nos últimos três anos, a taxa de domicílios de enfermagem por 1000 inscritos, ou a despesa de medicamentos facturados por utilizador.

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