Seguro critica Costa por não ter "resposta" para a dívida pública

O líder do PS falou ainda da TAP, para dizer que se opõe à privatização e que defende que a empresa deve ser capitalizada com recursos da lusofonia.

Foto
O líder do PS acusou outros "protagonistas políticos" de estarem agora a copiar algumas das suas soluções Nuno Ferreira Santos

O candidato às primárias do PS António José Seguro criticou o seu adversário, António Costa, por não ter "uma resposta concreta" para as questões da dívida pública. "É impensável que não tenha uma resposta concreta para um dos problemas que o nosso país tem, que é o da dívida pública", disse Seguro.

Em Felgueiras, em declarações à Lusa no final de uma acção de campanha da sua candidatura, Seguro recordou que até houve recentemente "um manifesto de várias dezenas de personalidades, da esquerda à direita, que refere também a necessidade de haver um compromisso na sociedade portuguesa, no sentido de dar resposta a este problema".

O candidato nas primárias de Setembro recordou que o país tem uma dívida pública que é superior a 130% do Produto Interno Bruto e que só em juros tem de pagar anualmente mais de sete mil milhões de euros. "Temos de ter uma solução para ela, de modo a que a nossa economia possa crescer e, simultaneamente, que se aliviem os sacrifícios sobre os portugueses", defendeu.

Seguro criticou também os "protagonistas políticos" que copiam agora as soluções que há muito tempo, como secretário-geral, defende para o país. "Nós definimos prioridades para a acção governativa, identificámos um caminho alternativo e hoje esse caminho está a ser copiado por vários protagonistas políticos no interior e fora do PS", afirmou. Para Seguro, o facto de as suas propostas estarem a ser copiadas mostra que "são válidas e que, se tivessem sido seguidas há mais tempo, de certeza que o país não estava na situação actual, de difícil consolidação orçamental".

Falando depois como secretário-geral do PS, comentou a recente subida do rating da dívida pública portuguesa concretizada pela agência de notação Moody’s, considerando-a positiva. Recordou, porém, que o país já está habituado à "gula dos mercados financeiros e das suas instituições que, de uma vez para a outra, são capazes de fazer um combate especulativo".

O líder socialista insistiu na necessidade de haver "mecanismos europeus que combatam a especulação dos mercados financeiros, através da mutualização da gestão de parte da dúvida pública dos países da zona Euro". Reclamou também a necessidade de "uma maior capacidade de intervenção do Banco Central Europeu".

Depois, Seguro falou ainda da TAP, para dizer que se opõe à privatização da empresa e que defende mesmo que devia ser capitalizada com recursos da lusofonia. "É sabido que a TAP precisa de injecção de capitais privados, mas isso poderia ser conseguido através de capitais oriundos da lusofonia, designadamente de Angola, Moçambique e Brasil", afirmou. Para Seguro, aquela solução transformaria a TAP "numa grande companhia de bandeira da lusofonia".

"Luto muito para que esta TAP não seja privatizada e possa ser transformada numa empresa da lusofonia", insistiu, em declarações aos jornalistas. Para o líder do PS, "isso significava que o Estado português continuaria a ter metade do capital e a ser o principal accionista da TAP e, simultaneamente, entrar dinheiro fresco para o investimento em novos aviões".

Seguro participou no sábado em acções de campanha da sua candidatura em seis concelhos do distrito do Porto. O dia terminou em Felgueiras, onde foi recebido por algumas centenas de militantes e simpatizantes na principal sala de espectáculos do concelho. Francisco Assis esteve presente e reafirmou o seu apoio a Seguro. "Parece absurdo que se venha dizer que ele não é capaz de ganhar eleições", disse o deputado europeu, recordando que o actual secretário-geral ganhou recentemente dois actos eleitorais. "Apoio o António José Seguro, porque sou um defensor do princípio da estabilidade dos mandatos", disse ainda.

Sugerir correcção
Comentar