Primeiro-ministro iraquiano afasta comandantes militares

General acusado de deserção. Conselhos de disciplina incumbidos de investigar casos de oficiais que “abandonaram as suas posições”.

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Local da explosão de carro armadilhado, em Bagdad Wissm al-Okili/Reuters

O primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki afastou vários comandantes militares, responsabilizando-os pela incapacidade para travarem o avanço jihadista, que já levou a combates a escassas dezenas de quilómetros de Bagdad.

O general Mahdi al-Gharawi, comandante chefe da província de Ninive, no Norte, a primeira que, em grande parte, caiu nas mãos de combatentes do ISIS (Estado Islâmico do Iraque e do Levante)  é um dos oficiais afastados, de acordo um comunicado oficial difundido pela televisão pública al-Iraqiya. No total os comandantes afastados são quatro, segundo a Reuters.

Maliki, que chefia as Forças Armadas, afastou também o general Hedayat Abdel Rahim Abdel Karim Abdel Rahman, chefe da terceira brigada de infantaria e decidiu levá-lo a tribunal militar, acusado de deserção. O chefe do Governo ordenou ainda ao Estado-Maior para formar conselhos de disciplina que investiguem os casos de oficiais que “abandonaram as suas posições”.

As forças iraquinaas, mal treinadas, foram incapazes de travar a ofensiva jihadista que na última semana levou à ocupação de vastas áreas do Norte e Leste do Iraque.

Na madrugada desta terça-feira, os rebeldes tentaram conquistar uma cidade Baquba, a apenas 60 km da capital, Bagdad. Fontes médicas e policiais disseram que 44 prisioneiros foram mortos num ataque a um posto da polícia na cidade. Um operador da televisão iraquiana foi morto e um correspondente ficou ferido, quando cobriam a ofensiva jihadista em Baquba, segundo informação oficial, que não precisa a data da ocorrência.

Também esta terça-feira, a polícia iraquiana anunciou  a descoberta dos corpos de 18 elementos das forças de segurança, 15 km a leste da cidade sunita de Samarra, 110 km a norte de Bagdad. Um coronel da polícia disse à AFP que foram alvejados na cabeça e no peito. A agência escreveu não ser claro se foram mortos em combate ou executados.

No Norte de Bagdad, pelo menos 11 pessoas foram esta terça-feira mortas e 20 ficaram feridas, na  explosão de um carro armadilhado, num mercado do bairro xiita de Sadr City. Outras informações indicam 13 mortos e três dezenas de feridos no mesmo ataque.

Fontes policiais disseram que cinco outros atentados  ocorridos na capital provocaram a morte de seis pessoas e ferimentos em 14.

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