Norte e Lisboa e Vale do Tejo excedem limites de poeiras e gases no ar

Em Portugal, as “grandes” cidades estão em situações de incumprimento quanto à qualidade do ar.

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Braga, Porto Litoral, Aveiro/Ílhavo, Zona Industrial de Estarreja e Área Metropolitana de Lisboa Norte e Sul ultrapassam limites Rui Gaudêncio

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) referiu nesta quinta-feira que o Norte do país e a região de Lisboa e Vale do Tejo ultrapassam os valores limites de concentração no ar ambiente de dióxido de azoto e partículas em suspensão.

“É necessário melhorar, a curto prazo, a qualidade do ar nas zonas que estão a acima dos limites para protecção da saúde”, afirmou à Lusa a chefe de Divisão do Ar e Ruído da APA, Dília Jardim, à margem do seminário “A cidade e o ar”, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no Porto.

A responsável explicou que a concentração de partículas em suspensão (conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera) e dióxido de azoto (gás poluente) no ar ambiente está associada ao tráfico rodoviário e combustão residencial e industrial.

Em Portugal, as “grandes” cidades estão em situações de incumprimento quanto à qualidade do ar. Braga, Porto Litoral, Aveiro/Ílhavo, Zona Industrial de Estarreja e Área Metropolitana de Lisboa Norte e Sul ultrapassam os valores limites de dióxido de azoto e partículas em suspensão. “Devido à sua dimensão e elevada concentração de pessoas, as grandes cidades tendem a ter maior poluição atmosférica”, explicou.

Replicar Zonas de Emissão Reduzida

Dília Jardim revelou que na Área Metropolitana de Lisboa (AML) estabeleceu-se uma Zona de Emissão Reduzida (ZER), limitando o acesso a veículos com mais de dez anos. Em um ano, as emissões atmosféricas diminuíram com a redução do tráfego automóvel no local, disse.

Na opinião da dirigente, esta solução deve ser replicada a cidades “com problemas” e que precisam de reduzir rapidamente as emissões atmosféricas. “É importante haver o envolvimento das autarquias locais nos planos de acção para melhorar a qualidade do ar”, considerou.

Estabelecer ZER, gerir o tráfego automóvel e estabelecer medidas de protecção aos ecossistemas são algumas das medidas a implementar a nível nacional para reduzir as emissão atmosféricas e melhorar a qualidade de ar.

A Estratégia Nacional para o Ar (ENAR 2014-2020) visa uma abordagem integrada do recurso ar, medidas ao nível sectorial e melhor articulação entre os vários níveis de governação para implementar acções de protecção da saúde e melhoria da qualidade do ar, avançou a directora de Departamento da APA, Filomena Boavida.

Por seu lado, a directora de Serviços de Ambiente da CCDR-N, Paula Pinto, realçou a relevância de estabelecer ZER, lavar as ruas, condicionar o acesso de veículos pesados a determinadas áreas da cidade e gerir o tráfego para melhorar a qualidade do ar e, consequentemente, o bem-estar da população.

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