Secretário de Estado defende que segurança das forças no combate a incêndios é prioridade

O dispositivo de combate a incêndios florestais vai ser reforçado este ano com mais 250 bombeiros e quatro meios aéreos, em relação ao ano passado.

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Época crítica em incêndios florestais vai contar com 2.220 equipas de diferentes forças Foto: Nelson Garrido

O secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, disse nesta quarta-feira que a segurança das forças envolvidas no combate aos incêndios florestais é a "prioridade clara" do dispositivo para este ano.

"Qualquer dispositivo tem uma série de objectivos, mas a prioridade clara é a segurança das forças", disse João Almeida, que apresentou na comissão parlamentar de Agricultura e Mar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para este ano.

O secretário de Estado adiantou que o Governo responde pela área ardida ou empenhamento de meios, mas "não pode deixar de ter como prioridade a segurança das forças".

Reconhecendo que é uma "actividade de risco", João Almeida afirmou que, este ano, foram criadas condições "para que a diminuição desse risco seja menor", nomeadamente com o aumento de acções de formação e treino operacional.

O secretário de Estado avançou que quase 5000 operacionais receberam formação.

Sobre as alterações significativas no DECIF para 2014, João Almeida destacou o reforço especializado de máquinas de rasto, mais quatro meios aéreos e aumento do número de bombeiros no combate aos incêndios.

A época mais crítica em incêndios florestais, que vai decorrer entre 1 de Julho e 30 de Setembro, vai contar com 2220 equipas das diferentes forças envolvidas, 9697 elementos, 2027 veículos e 49 meios aéreos.

O dispositivo de combate a incêndios florestais vai ser reforçado este ano com mais 250 bombeiros e quatro meios aéreos, em relação ao ano passado, e terá um custo de 85 milhões de euros, mais 14 milhões de euros do que em 2013.

João Almeida adiantou que outras das novidades do DECIF passou pela entrega de 32.500 guias de bolso e manuais de segurança a todos os operacionais que vão estar no terreno durante o Verão, considerando que consta deste documento "toda a informação básica de segurança".

Sobre a circular financeira, que fixa os princípios norteadores do pagamento das despesas com pessoal integrado no DECIF e das despesas extraordinárias com incêndios florestais, o secretário de Estado afirmou que as corporações de bombeiros vão ser este ano beneficiadas com aumento nas comparticipações do combustível e dos veículos perdidos.

A circular financeira contempla ainda o pagamento mensal aos bombeiros de despesas extraordinárias e a distribuição de rádios SIRESP - Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança, acrescentou.

O secretário de Estado explicou ainda aos deputados que o concurso aberto pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em Março deste ano, para aquisição de equipamentos de protecção individual (EPI) para bombeiros não vai estar concluído durante a época crítica de incêndios, estimando que os 8220 EPI sejam entregues entre o final do ano e o início de 2015.

João Almeida disse que o concurso para aquisição de EPI que está a ser realizado pelas Comunidades Intermunicipais (CIM), no âmbito de protocolo assinado em 2013 com o Ministério da Administração, estão concluídos os das regiões do Baixo Vouga e Alto do Cávado.

Na mesma audição, o secretário de Estado adiantou, por fim, que tem sido difícil substituir os pilotos que têm saído permanentemente da Empresa de Meios Aéreos (EMA).

“Temos tido permanentes saídas” de pilotos da EMA, disse, o que tem “criado uma pressão muito grande”.

João Almeida admitiu que não tem sido uma tarefa fácil substituir os pilotos, mas garantiu que estão asseguradas as condições para que as aeronaves da EMA possam operar durante a época crítica de incêndios florestais.

Segundo o secretário de Estado, a EMA tem actualmente 10 pilotos.

João Almeida fez ainda um ponto de situação da extinção da empresa, referindo que “a liquidação da EMA está a decorrer dentro da normalidade”.

Notícia actualizada às 17h54

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