PS na terra do sucesso económico e do misterioso caso de carjacking

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Fernando Veludo / NFactos

O PS variou no programa de campanha desta quinta-feira, apostando nos casos de sucesso económico no distrito de Coimbra. A comitiva socialista visitou pequenas e médias empresas que, apesar da crise, vão fazendo algo de “bom e interessante no país”, depois de se virarem para a “imaginação e inovação”. Palavras de um Francisco Assis visivelmente impressionado depois de conhecer a Fábrica Almeida e Filhos.

Uma empresa familiar que em 2003 tinha 40 pessoas a laborar nas suas instalações, de onde saíam janelas e portas para a construção.

“Com a crise, com a queda das encomendas, resolvemos apostar em algo diferente”, explicou Luís Almeida.

Reduzidos a 12 trabalhadores, viraram-se para as “casas móveis em madeira”, que tinham a vantagem de não necessitarem de licenciamento. Uma casa ecológica sobre rodas que - na versão T1 custa 12 mil euros - e que no espaço de um ano tinha já conseguido cativar dez compradores. Na semana passada tinha recebido já quatro encomendas.

Horas antes, a comitiva passara por Penacova para conhecer a empresa Águas das Caldas, a marca que ultrapassou a Luso em produção e vendas há dez anos. Quatro anos antes, o então ministro de António Guterres, João Cravinho, inaugurou a fábrica. O sócio maioritário Urbano Marques afirmou. orgulhoso, que os últimos investimentos tinham recebido “zero” de apoio da União Europeia, conseguindo mesmo assim crescimento de “10 a 15%todos os anos”.

A campanha continuou positiva para o PS quando Assis tropeçou numa cidadã francesa radicada há anos em Penacova. O reecontro caiu do céu aos socialistas que ouviram com um sorriso Monique dar, em francês, os parabéns ao partido pela “região bem gerida”.

A “mairie (câmara)” tinha feito muitos “changements (mudanças)” em Penacova. E a francesa, que em França até votava na “droite (direita)”, passara o último Outono a dizer aos portugueses para votarem nos socialistas. E até o Serviço Nacional de Saúde português elogiou, onde via “alta tecnologia” como não encontrava na sua terra natal.

Foi uma sucessão de casos de sucesso, que levou Francisco Assis a falar na importância das PME para a economia portuguesa. “Não há melhor apoio [às PME] que não seja garantir a estabilização do mercado interno”, defendeu o cabeça de lista do PS.

Ao lado de Assis, na visita ao Portugal de sucesso, esteve sempre o presidente da distrital de Coimbra, Pedro Coimbra. Um dirigente que era um caso mais difícil. Tornou-se notícia depois de ter sido vítima de carjacking, perdendo seis mil euros angariados numa iniciativa do partido. Quando a polícia se pôs em campo, foi descobrir o automóvel furtado numa garagem de um conterrâneo de Pedro Coimbra, em Penacova. E deteve quatro penacovenses.

Um caso de sucesso relativo das autoridades, que só não conseguiram reaver os seis mil euros. E como o caso não encaixava na narrativa, o dirigente não quis acrescentar em que ponto estava o processo. “Só falo sobre eleições europeias”, disse Coimbra ao PÚBLICO.

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