AHRESP diz que panfletos de polícias nos aeroportos sobre “insegurança” prejudicam o turismo

Associação da Hotelaria critica impacto negativo da acção sindical e apela ao bom senso dos agentes. Sindicato garante que não quer prejudicar ninguém e apela à compreensão para com os objectivos da iniciativa contra as medidas do Governo.

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Os dirigente do Sinapol distribuiram esta quinta e sexta-feira cerca de 3000 panfletos no aeroporto e no porto do Funchal DR

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) considera que a distribuição de folhetos que agentes da PSP vão realizar em todos os aeroportos e portos do país até ao final de Junho vai “prejudicar” o turismo.

“Infelizmente, o Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol) decidiu avançar com a acção de distribuição de um folheto, veiculando uma mensagem que em Portugal se vivem tempos de insegurança, causando um imediato desconforto a quem nos visita”, refere aquela associação num comunicado enviado na noite desta sexta-feira.

A AHRESP, que sublinha que a acção “embora sem intenção, prejudica”, recorda que o período actual é “de grande instabilidade internacional” e que “o factor segurança é, neste momento, um factor decisivo para a escolha de Portugal como destino”.

Os representantes dos operadores daquele sector consideram mesmo que “as repercussões de tal acção prolongada até ao final do mês de Junho” podem ser “perniciosas” para a “nossa economia e para as nossas empresas devido à legítima confusão interpretativa que causará no turista”.

Os dirigente do Sinapol distribuiram esta quinta e sexta-feira cerca de 3000 panfletos no aeroporto e no porto do Funchal, na Madeira. Nos folhetos, os dirigentes sindicais avisam que “os policias portugueses estão desmotivados e como quaisquer outros trabalhadores é mais que evidente que um trabalhador desmotivado não produz tanto como um trabalhador motivado”.

A AHRESP admitiu, por um lado, estar “preocupada com a criação de melhores condições para estes agentes”, mas diz, por outro, que a acção terá um “impacto erróneo”. “Quais serão os dividendos e as mais-valias de dirigir este tipo de comunicação ao turista que visita uma destino, muitas vezes, com o objectivo de se afastar dos seus próprios problemas?”, questiona a associação que apela ao “bom senso e à maturidade dos agentes”.  

Ao PÚBLICO o presidente do SINAPOL, Armando Ferreira, garantiu que “a acção não pretende prejudicar ninguém”, questionou “onde estava o bom senso destas entidades quando os polícias já estavam a ser prejudicados há muito tempo” e apelou à sua compreensão.

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