Abbas reconhece o Holocausto como “o crime mais odioso” da era moderna

Declaração do líder palestiniano foi desvalorizada pelo primeiro-ministro israelita.

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Abbas pediu a Irael para regressar às negociações de paz ABBAS MOMANI/AFP

O presidente palestiniano Mahmoud Abbas qualificou o genocídio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial como “o crime mais odioso” da era moderna, num comunicado publicado este domingo, no dia em que Israel comemora oficialmente a Shoah. Trata-se da condenação mais forte do Holocausto feita pelo presidente palestiniano, que no passado chegou a ser criticado por ter duvidado da dimensão do massacre dos judeus.

“Aquilo que aconteceu aos judeus durante o Holocausto é o crime mais odioso que aconteceu contra a humanidade na era moderna”, lê-se no comunicado difundido pela Organização de Libertação da Palestina (OLP).

Abbas também expressou a sua “simpatia pelas famílias das vítimas e pelos numerosos outros inocentes mortos pelos nazis”.  

A Shoah (“a catástrofe”), ou Holocausto, refere-se ao genocídio de aproximandamente seis milhões de judeus, programado e levado a cabo pelas forças nazis, lideradas por Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No total, entre judeus e não-judeus, os números apontam para dez a 11 milhões de civis e prisioneiros de guerra intencionalmente mortos pelo regime alemão.

“Por ocasião das comemorações incrivelmente tristes do dia do Holocausto, apelamos ao governo israelita a aproveitar a oportunidade de alcançar uma paz justa e global na região, baseada numa solução de dois Estados, Israel e Palestina, coabitando lado a lado em paz e segurança”, declarou o líder palestiniano, estendendo a mão a Israel, que esta semana congelou as negociações de paz, depois do anúncio de um acordo entre a OLP e o movimento islamista Hamas para a criação de um governo de unidade.

O primeiro-ministro israelita respondeu às declarações do líder palestiniano, desvalorizando-as. “Em vez de tentar agradar à opinião pública internacional, Abbas devia cancelar a unidade com o Hamas”, disse Benjamin Netanyahu na reunião semanal do seu Executivo. “Esperamos que ele se retire desta aliança e regresse ao caminho da paz".

“A principal diferença entre o desamparo dos judeus no Holocausto e a situação dos judeus hoje é que hoje temos um país forte com um exército forte para nos defender”, disse Netanyahu. Para o primeiro-ministro israelita, o Hamas, movimento que nega a existência do Estado de Israel e que é considerado uma organização terrorista, tanto por israelitas como pelos EUA e a União Europeia, “está a tentar começar um novo Holocausto” apoiado pelo Irão, “o número 1 da lista dos nossos inimigos”.

 

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