Três directores de faculdade na corrida para reitor da Universidade do Porto

A sucessão de Marques dos Santos só deve acontecer em meados de Maio. As candidaturas serão avaliadas pelo Conselho Geral da Universidade

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Marques dos ^Santos deverá permanecer no cargo até Maio Ricardo Castelo/NFactos (arquivo)

As candidaturas para a escolha do novo reitor da Universidade do Porto (UP) abriram sábado e, para já, há três candidatos perfilados para suceder a Marques dos Santos, que esteve oito anos à frente daquela que é considerada uma das maiores instituições de investigação científica portuguesas. A eleição do novo reitor só deve acontecer em Maio.

Sebastião Feyo de Azevedo, António Fernando Silva e João Proença, respectivamente, directores das faculdades de Engenharia, Ciências e Economia da UP estão no terreno há já algum tempo a preparar as suas candidaturas, que serão avaliadas pelo Conselho Geral da Universidade do Porto, constituído por 23 elementos, e presidido pelo ex-Provedor de Justiça, António Sousa.

O director da Faculdade de Engenharia, que se assume como um defensor da causa pública, diz que se sente preparado para ocupar o cargo de reitor da UP, porque para além da “motivação e do conhecimento” tem currículo. “Estou disponível para que o Conselho Geral se pronuncie sobre a minha candidatura”, afirmou ao PÚBLICO Sebastião Feyo, asseverando que vai manter-se fiel ao modelo fundacional da universidade que -sublinha -, deve ser aprofundado, embora sublinhe que é preciso perceber o que é que o Ministério da Educação e Ciência vai dizer relativamente ao regime jurídico do ensino superior que está em apreciação. “O projecto para a Universidade do Porto passa pela colaboração de todas as universidades orgânicas e o reitor deve ser um promotor da cooperação e do desenvolvimento”, defende Sebastião Feyo, de 62 anos.

Avesso a grandes mudanças, António Fernando Silva justifica por que é que a UP não se deve afastar do modelo de gestão que tem. “As rupturas não são aconselháveis, e uma universidade consolidada e com o prestígio da Universidade do Porto ainda menos”, defende, em declarações ao PÚBLICO.“A universidade tem que ter em si a criatividade, o poder de inovar para enfrentar os desafios, muitos dos quais não são previsíveis”, enfatiza, o director da Faculdade de Ciências, que se doutorou em electroquímica, em Inglaterra.

Revelando que a decisão de ponderar uma candidatura a reitor da UP “foi um processo difícil”, António Fernando Silva entende que “é preciso estabilizar e reforçar o clima de confiança na universidade”. Em seu entender, a “A Universidade do Porto tem espaço para crescer e deve crescer, tornando-se cada vez mais uma instituição de referência”. Destacando a excelência dos resultados que a UP apresenta, o professor, adverte para a importância da universidade se manter como um “farol da qualidade”.

Ancorado no “excelente” desempenho que a Faculdade de Economia tem demonstrado nos últimos anos, João Proença só vai anunciar a sua candidatura quando tiver em seu poder toda a informação necessária. “Há contactos no sentido de apresentar uma candidatura, mas a decisão ainda não está tomada”, declarou.

“Há vários públicos que entendem que posso protagonizar a mudança na UP, com um projecto challenger, mas não sei se a Universidade do Porto está preparada para este projecto de mudança”, afirma, declarando que “nada pode ser feito contra as pessoas e a universidade”, acrescentou Proença, garantindo que a candidatura “só acontecerá desde que tenha a percepção de que a universidade está aberta a um projecto de modernização”. “A Universidade do Porto tem um potencial que poderá ser melhor monitorizado e rentabilizado”, sublinha.

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