Causas de acidente que matou 11 pessoas há um ano ainda por apurar

Um ano depois do acidente com um autocarro com passageiros de Portalegre que matou 11 pessoas no IC8, junto à Sertã, a GNR ainda não terminou o processo de inquérito.

“O processo está a ser um pouco mais moroso, devido à solicitação de peritagens externas à GNR e porque foi necessário solicitar novos elementos a todos os envolvidos no acidente”, explica à agência Lusa o chefe do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Castelo Branco, o sargento-ajudante Silva.

Segundo este responsável da GNR, “foi necessário ouvir todas as testemunhas e intervenientes no sinistro”, desde passageiros e condutor a outras pessoas presentes no local, e solicitar elementos ao fabricante do veículo, à Estradas de Portugal e às concessionárias, por forma a poder “recolher tudo o que for possível em termos de prova testemunhal”.

“O processo inclui peritagens à via e à própria dinâmica do acidente. Está em segredo de justiça e continua em fase de inquérito”, vinca o sargento-ajudante, explicando que aguarda alguns elementos resultantes de peritagens para entregar o processo ao Ministério Público. “Não sei dizer se são as últimas peritagens. Depende dos resultados, se são conclusivos ou não”, acrescenta.

Ao longo do último ano, foram ao local técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e do Instituto Superior Técnico, estando em análise as obras que decorriam na zona, bem como os efeitos de acidentes ocorridos dias antes, no mesmo sítio. A GNR reuniu registos das condições da via e do ambiente, que incluem pormenores como a densidade do nevoeiro ou o nível de piso molhado, para criar uma simulação em computador.

O presidente da Câmara da Sertã, José Farinha Nunes, diz que as obras naquele troço do IC8 ficaram concluídas pouco depois do sinistro. “Foi tudo repavimentado e guarnecido com nova sinalização e obrigatoriedade de redução de velocidade no local”, especifica. “Depois de finalizadas as obras as condições de circulação na via melhoraram substancialmente e não houve mais registos daquele tipo de incidentes”.

A 27 de Janeiro de 2013 onze pessoas morreram e 32 ficaram feridas no despiste do autocarro em que seguiam, que caiu numa ravina. O que resta da viatura continua depositado nos estaleiros da Câmara da Sertã.

 

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