Luís Nobre Guedes subiu ao palco do Congresso do CDS-PP para defender uma atitude de ruptura e de mudança perante a realidade do país e acusar Paulo Portas de ter falhado no projecto político de mudança que ambos abraçaram na década de 90, quando ambos estiveram na base do que foi a direcção do CDS liderada por Manuel Monteiro.

Considerado como um apoiante de Filipe Anacoreta Correia, Nobre Guedes começou por dizer: “Há 25 anos o doutor Paulo Portas, eu próprio e uma geração tivemos um sonho de construir um Portugal diferente. Não fomos capazes.” E considerou que Portugal continua a ser hoje um país “clientelar, cheio de estruturas inúteis que só servem para a voragem das clientelas partidárias”.

E interpelando directamente o líder do CDS, desafiou-o a romper com o sistema: “Meu caro Paulo, aquilo que decidires a maioria do congresso vai seguir. A questão é muito simples, queremos apenas ser melhores que os outros a gerir este sistema ou queremos mudar o sistema?”.

E prosseguiu, insistindo mais à frente: “Queremos apenas melhorar um sistema que está podre, esgotado e não tem solução ou mudar o sistema?”

E terminou considerando que os militantes do CDS têm de ser “guerrilheiros da mudança” e interpelando os delegados: “Não tenham medo, ousem pensar o impensável.”