Não está garantida segurança para retomar ligações com Guiné-Bissau, diz Machete

Ministro dos Negócios Estrangeiros espera que em Março seja eleito no país africano um "Governo legitimado".

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Rui Machete considera que a Guiné Equatorial está a seguir as recomendações da CPLP MIGUEL MANSO

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse esta quarta-feira que não está garantida a segurança para serem retomadas as ligações aéreas entre Portugal e a Guiné-Bissau, reiterando esperar que seja eleito naquele país um "Governo legitimado" em Março.

"As ligações directas hão-de ser retomadas, espero eu, quando houver garantias de segurança, as quais ainda não existem", disse o governante, quando questionado sobre se já existem condições para voltar a fazer a ligação directa entre Lisboa e Bissau, interrompida pela TAP no final de Dezembro, após o embarque de 74 sírios com passaportes ilegais.

Rui Machete salientou que "o Estado português já disse quais eram as condições que entendia necessárias para que a segurança fosse garantida", acrescentando que "existe um Governo de facto na Guiné, que não é reconhecido por Portugal nem por muitos países".

"Nós esperamos que as eleições se realizem efectivamente em Março e a partir daí que seja possível constituir um Governo que já obedeça às normas constitucionais e que se normalize a vida democrática", salientou o ministro, que falava aos jornalistas no final de uma visita à sede da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em Lisboa.

Controlo no espaço Schengen
Questionado sobre a situação dos 74 passageiros sírios, dos quais alguns já não se encontram nas instituições de acolhimento em Portugal, o ministro garantiu que há um controlo de "ingresso" no espaço Schengen, que é "o controlo mais importante", mas essa é uma situação "igual para todos", pelo que "não há especificidades".

No dia 10 de Dezembro, 74 sírios, entre adultos e crianças, embarcaram à força no aeroporto de Bissau, depois de pressões à tripulação da TAP por parte do ministro guineense do Interior daquele país, para Portugal, sob alegação de constituírem perigo para a segurança interna da Guiné-Bissau.

O incidente foi classificado na altura pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, como "um acto próximo do terrorismo", e levou a TAP a suspender os voos entre Lisboa e Bissau, deixando assim aquele país sem ligação directa à Europa.

 

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