Nevoeiro dificulta resgate de navio russo cercado por gelo na Antárctida

Nuvens confundem-se com o branco do gelo que cerca o navio encalhado desde a véspera de Natal com 74 pessoas a bordo.

O navio russo está encalhado desde o dia 24 de Dezembro
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O navio russo está encalhado desde o dia 24 de Dezembro Andrew Peacock/AFP
As fotos junto ao Akademik Shokalskiy são tiradas pelos passageiros
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As fotos junto ao Akademik Shokalskiy são tiradas pelos passageiros Andrew Peacock/AFP
A operação de resgate será em duas fases
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A operação de resgate será em duas fases Andrew Peacock/AFP

O mau tempo está a impossibilitar o resgate do navio russo encalhado no gelo da Antárctida desde o dia 24 de Dezembro. O barco Akademik Shokalskiy leva a bordo turistas e cientistas neozelandeses, australianos e britânicos que embarcaram neste navio de médio porte para reconstituírem uma expedição realizada à Antárctida há cem anos. No total, são 74 pessoas que, embora estejam agora fora de perigo, não sabem quando terminará a longa espera.

O barco está cercado de gelo. São 22 quilómetros de gelo a separar o navio do mar aberto, escreve o Sydney Morning Herald. O navio já esteve em risco de colidir com um icebergue. O nevoeiro, que tem envolvido a zona nos dois últimos dias, aliviou um pouco mas persiste esta quarta-feira.

O nevoeiro tem sido de tal forma denso que os pilotos de um helicóptero, que devia ter levantado voo para uma operação de resgate, não o fizeram por não distinguirem as nuvens dos blocos de gelo, escreve a repórter deste jornal australiano, Nicky Phillips.

A jornalista está a bordo do Aurora Australis, um navio destacado no dia de Natal para quebrar o gelo, e que ainda não conseguiu chegar ao barco russo. Só hoje, primeiro dia do ano, o Aurora Australis conseguiu avistar no horizonte uma ponta do Akademik Shokalsliy. Os cientistas a bordo deste navio russo estavam em missão para reconstituir uma expedição histórica do início do século 20, que levou o explorador australiano Sir Douglas Mawson à Antárctida entre 1911 e 1914, lembra a AFP.

A agência atribui a situação a uma mudança brusca das condições climáticas — que empurrou o barco para o gelo — numa zona em que é habitual os navios circularem sem dificuldade nesta altura do ano. Agora, os fortes ventos fazem mover o navio russo, mas este desloca-se sempre com o gelo compacto que o cerca.

A operação de resgate será dividida em duas fases, explica ainda o Sydney Morning Herald. Os passageiros e tripulantes passarão primeiro do navio russo para um navio chinês, o Xue Long, munido de um helicóptero, e depois serão transportados do Xue Long para o Aurora, em mar aberto. Este barco passou grande parte do dia de hoje a escavar o gelo para chegar ao Xue Long, a cerca de cinco quilómetros.
 

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