Buscas marítimas suspensas a sul da praia do Meco com cinco jovens ainda desaparecidos

Operação de busca mantém-se em terra durante a noite.

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Buscas no mar recomeçam com o nascer do sol. Miguel Manso

Até ao início da noite desta terça-feira as operações de busca não permitiram encontrar nenhum dos cinco jovens desaparecidos que foram arrastados por uma onda na praia do Meco, no concelho de Sesimbra, na madrugada de domingo. As buscas marítimas continuaram a cargo de uma fragata da Marinha e de três lanchas, mas até ao pôr-do-sol, quando as operações no mar foram suspensas, não foi encontrado qualquer corpo.

As buscas em terra continuaram e deveriam manter-se durante toda a noite. As operações foram dificultadas ontem pelo agravamento gradual da agitação marítima e pela visibilidade reduzida que se fez sentir durante alguns períodos do dia, explicou ao PÚBLICO o capitão do Porto de Setúbal, comandante Lopes da Costa.

A estratégia passou por concentrar os meios marítimos junto à costa, a sul da praia do Meco, já que os cálculos do Instituto Geográfico apontam para que os corpos se tenham dirigido para aquela zona. As buscas no mar serão retomadas ao nascer do sol, não estando, nesta fase, prevista a intervenção de meios aéreos. “Nesta altura, com as buscas concentradas junto à costa estes meios não se mostram muito eficazes”, justifica o comandante Lopes da Costa.

Ao todo, no grupo estavam sete jovens, com idades entre os 21 e os 25 anos, todos estudantes da Universidade Lusófona. Um deles conseguiu sair do mar e foi quem deu o alerta às autoridades. O rapaz, que ficou em estado de choque, foi transportado para o Hospital Garcia da Horta, em Almada, mas, como não apresentava ferimentos físicos, teve alta na manhã de domingo.

O corpo de um outro colega foi encontrado já sem vida nessa manhã, estando ainda desaparecidos quatro raparigas e um rapaz.  Familiares dos jovens voltaram esta terça-feira à praia do Meco, onde as autoridades têm mantido algumas tendas e equipamentos para que possam acompanhar as operações com algum conforto. De domingo para segunda-feira alguns fizeram questão de dormir no local, mas o comandante Lopes da Costa disse que nas últimas duas noites com o trabalho das equipas já foi possível convencê-los a recolherem para repousar.

Na Praia do Moinho de Baixo, no Meco, muitas perguntas continuam sem resposta. O que terá levado sete jovens trajados a ir à uma da manhã até à praia, numa noite de Inverno e de maré cheia, depois de um jantar numa casa que teriam arrendado para passar o fim-de-semana em Aiana de Cima, junto a Alfarim? Não se aperceberam do perigo? Não terão visto o tamanho das ondas na escuridão da noite nem ouviram o barulho da rebentação?

Entretanto, num comunicado, a Universidade Lusófona, já veio “manifestar o seu pesar pelos trágicos acontecimentos”, anunciando a declaração de três dias de luto à comunidade académica e solicitando a todos “o maior recolhimento, introspecção e avaliação” da situação, disponibilizando ainda alguns docentes que leccionam na área da psicologia para darem apoio aos familiares dos alunos.

 
 

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