Ocupação de ministérios foi "situação excepcional", acredita ministro do Ambiente

A palavra de ordem parece ser desvalorizar. O vice-primeiro-ministro limitou-se a dizer que "cada um tem a sua guerra" e o ministro da Saúde afirmou que "falar com os sindicatos não é um problema".

O ministro do Ambiente afirmou nesta quarta-feira acreditar que a ocupação de ministérios por sindicalistas da CGTP, na terça-feira, tenha sido uma "situação excepcional" e mostrou-se disponível para dialogar com as estruturas sindicais. Já o vice-primeiro-ministro recusou comentar.

"As pessoas têm o direito de se manifestar e de criticar, isso faz parte do direito de cada um. Obviamente, a invasão de ministérios não faz parte desse conjunto de elementos, mas admito que tenha sido uma situação excepcional", afirmou Jorge Moreira da Silva, em declarações aos jornalistas, à margem da conferência da Associação Portuguesa de Energia, a decorrer no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

"Não quero dizer nada que possa contribuir para a crispação. Pelo contrário, continuamos muito disponíveis para ouvir, para apresentar os nossos argumentos e para integrar outros pontos de vista nas nossas políticas", acrescentou o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Ambiente, em resposta às questões colocadas pelos jornalistas.

Na terça-feira à tarde, grupos de dirigentes, activistas sindicais da CGTP, alguns trabalhadores de empresas públicas e funcionários públicos entraram nos ministérios da Economia, da Saúde, das Finanças e do Ambiente, exigindo reuniões com os ministros responsáveis por cada uma das áreas para com eles discutir os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014.

Questionado hoje sobre o tema, Jorge Moreira da Silva disse que não estava no Ministério do Ambiente quando ocorreu o "incidente", mas disse que, "estando em causa um pedido de audiência de um sindicato", informou que "nos próximos dias" vai receber a estrutura sindical para "discutir temas relacionados com a privatização da EGF, sub-holding do Grupo Águas de Portugal para a área de negócio dos resíduos".

O ministro defendeu ainda que "este Governo não pode ser criticado por não estar disponível" para a "conciliação" e para o "diálogo". Moreira da Silva disse também não ter "nenhuma informação" sobre um possível reforço de segurança no seu ministério, afirmando tratar-se de uma matéria que não é da sua competência.

Por seu turno, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, escusou-se  a comentar os incidentes, referindo que "cada um tem a sua agenda". Questionado pelos jornalistas, à margem da oitava edição do Portugal Exportador, e pouco antes de um encontro precisamente com a CGTP sobre a reforma do Estado, Portas respondeu: "Uns dedicam-se às exportações e outros a manifestarem-se."

Já o ministro da Saúde, Paulo Macedo, mostrou-se disponível para dialogar com os sindicatos. "Só nestes últimos 60 dias nós reunimos com a Fnam [Federação Nacional dos Médicos], com o sindicato dos enfermeiros, com o sindicato dos assistentes técnicos. Portanto, para nós, falar com os sindicatos não é um problema", afirmou o governante. No caso da Saúde, os manifestantes foram recebidos, na terça-feira, pela secretária-geral do ministério.
 
 

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