Presidente Morsi está preso por crimes cometidos no tempo de Mubarak

Tribunal egípcio formaliza acusações contra chefe de Estado deposto, no dia em que os militares e a Irmandande Muçulmana convocaram manifestações rivais

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A Irmandade Muçulmana, o partido de Morsi, considerou as acusações "ridículas" FAYEZ NURELDINE/AFP

Desde o golpe de 3 de Julho que Morsi e os seus conselheiros estão detidos num local secreto pelo exército sem acusação. Esta formalização da acusação foi avançada pela agência noticiosa oficial Mena, e citada pela AFP. Os crimes de conspiração com o Hamas teriam acontecido sob o regime de Hosni Mubarak e a fuga da prisão de Wadi Natroun aconteceu quando o antigo Presidente ainda detinha as rédeas do poder, precisou a Mena.

A divulgação das acusações contra o Presidente destituído pelo exército é feita no dia em que há apelos a grandes protestos na rua de todos os lados: tanto pelos militares que afastaram o Presidente livremente eleito mas que seguia um percurso que crescente islamização da sociedade como pela Irmandade Muçulmana, o partido de Morsi. Tudo isto num cenário de violência: desde o golpe de 3 de Julho, já morreram pelo menos 216 pessoas.

A Irmandade Muçulmana já reagiu às acusações feitas contra o Presidente Morsi, classificando-as como “ridículas”.
“Não podem ser levadas a sério. As manifestações continuam a estar convocadas. Na verdade, acredito que que mais pessoas vão compreender o que este regime é na verdade – um regresso ao velho Estado da força bruta de Mubarak”, afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana Gehad El-Haddad, citado pela agência Reuters.

Morsi e outros líderes da Irmandade Muçulmana foram presos pelo regime de Mubarak durante a revolta popular de 2011, que acabou por levar à queda do então Presidente. Mas conseguiu fugir da prisão, juntamente com militantes do Hamas - segundo relatou, com a ajuda da população. A agência Mena adianta que o juiz Hassan Samir já interrogou Morsi e o confrontou com provas.

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