A presença de técnicos ou especialistas nas negociações entre PS, PSD e CDS-PP, como aconteceu na terça-feira com a ministra das Finanças, poderá voltar a repetir-se sempre que os partidos considerem necessário.

“As delegações podem solicitar a presença de técnicos, especialistas ou conselheiros nas reuniões sempre que quiserem”, admite fonte da maioria que participa nas negociações. Esta abertura vem na sequência da participação da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na reunião de terça-feira, que decorreu na sede do CDS-PP. E significa que também poderá haver mais algum membro do Governo em novos encontros.

A ministra chegou à sede do CDS-PP, onde decorria há hora e meia o terceiro encontro entre as delegações dos partidos, com a presença do “observador” da Presidência da República, David Justino. Maria Luís Albuquerque esteve na reunião para falar sobre os cortes de 4700 milhões na despesa do Estado, a que o PS continua a recusar dar o seu aval.

Apesar de o PSD ter emitido um comunicado a vincar que nas reuniões de processo de diálogo interpartidário estão “exclusivamente representantes dos partidos políticos e um representante do Presidente da República” e que “o Governo não participa”, Maria Luís Albuquerque foi o quinto membro do Executivo a sentar-se à mesa das negociações. Fonte do Governo admite que a ministra esteve no encontro enquanto titular da pasta das Finanças.

A delegação do PSD é chefiada pelo vice-presidente do partido, Jorge Moreira da Silva, e integra ainda Miguel Poiares Maduro e Carlos Moedas, respectivamente ministro-adjunto e secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro.

O CDS-PP é representado por Pedro Mota Soares, vice-presidente do partido e ministro da Solidariedade e Segurança Social, que se faz acompanhar por Miguel Morais Leitão, actual secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

A delegação do PS é liderada pelo ex-presidente da bancada parlamentar Alberto Martins, e inclui Eurico Dias e Óscar Gaspar.