Ribeiro e Castro critica silêncio do conselho nacional do CDS sobre saída de Gaspar

Ex-líder centrista espera que o partido "não tenha tido nada a ver" com a demissão do ministro das Finanças e elogia o agora ex-governante.

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Ribeiro e Castro quer que sejam esclarecidas quaisquer dúvidas sobre a posição do CDS sobre o OE Foto: Nuno Ferreira Santos/arquivo

O ex-líder do CDS-PP e deputado Ribeiro e Castro criticou esta terça-feira a direcção do partido por não se ter pronunciado no conselho nacional de segunda-feira à noite acerca da demissão do ministro das Finanças.

“O correcto seria que espontaneamente tivesse havido informação ao conselho nacional, face à importância dos acontecimentos“, afirmou à Lusa José Ribeiro e Castro.

O antigo líder, que é conselheiro nacional, disse que o tema não foi abordado nem pela direcção, nem por nenhum conselheiro que se tenha inscrito para falar, incluindo ele próprio, que tinha abandonado a sala momentaneamente e quando regressou diz ter-se deparado com o fim da reunião “de forma abrupta”.

“Um facto desta importância, que toda a imprensa nacional e internacional comentou, e o partido que está em coligação no Governo reunido nesse dia não dedica ao assunto um segundo?”, questionou-se Ribeiro e Castro.

Na ordem de trabalhos do conselho nacional, que constava da convocatória, estavam os pontos “eleições autárquicas 2013 - apresentação, discussão e votação dos acordos de coligação” e a “análise da situação política”.

Ribeiro e Castro diz esperar que “o CDS não tenha tido nada a ver” com a demissão de Vítor Gaspar e considera que o ministro “prestou um altíssimo serviço ao país”, quer ao nível da “credibilidade externa”, quer no alcançar de “indicadores mais favoráveis do ponto de vista financeiro, que ainda não são visíveis na vida dos portugueses, mas que são importantes”.

À nova titular da pasta das Finanças, Maria Luís Albuquerque, Ribeiro e Castro deseja “sucesso”, porque “o sucesso das Finanças é o sucesso de Portugal”.

O CDS-PP reagiu na segunda-feira à saída de Vítor Gaspar do Governo registando o “esforço” do ex-ministro das Finanças e a “tarefa muito difícil” que lhe coube, e assinalando que as “diferenças” que tiveram foram políticas e não pessoais.

“A decisão do ministro das Finanças merece respeito e todos conhecem o esforço que Vítor Gaspar fez. Qualquer ministro das Finanças chamado a governar nas circunstâncias em que Portugal se encontrava em 2011, depois de um resgate internacional, tinha uma tarefa muito difícil”, afirmou à Lusa fonte da direção do CDS-PP, numa declaração escrita.

A mesma fonte assinalou que “as conhecidas diferenças que o CDS teve, nalguns aspectos, com o ministro das Finanças foram sempre de natureza política e não pessoal”.

A escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar não foi comentada pelo CDS-PP.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS-PP, Paulo Portas, vai passar a número dois do Governo, com a exoneração de Vítor Gaspar. Maria Luís Albuquerque, substituta de Vítor Gaspar nas Finanças, vai ser também ministra de Estado, mas caber-lhe-á o terceiro lugar na hierarquia formal do Governo.







 

 
 
 
 
 

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