BE acusa Governo de estar “barricado com a troika

Bloquistas apresentaram proposta para cortar 50% da dívida pública de médio e longo prazo.

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O BE fala esta tarde sobre a proposta do PSD Nuno Ferreira Santos

O BE acusou esta terça-feira o Governo de estar “em conflito” com os cidadãos “que devia proteger” e “barricado com a troika, contra o país”.

Na sessão de encerramento das jornadas parlamentares, o presidente da bancada do BE, Pedro Filipe Soares, afirmou que o executivo PSD/CDS-PP “não ouve mais de um milhão de pessoas que saíram à rua em protesto”, nas manifestações do passado dia 2. “Percebe-se bem que as pessoas se indignem” quando se está “a salvar os bancos em vez da economia” portuguesa.

O dirigente bloquista procurou passar a ideia de que o Governo liderado por Passos Coelho está alheado da realidade e é indiferente à vontade popular: “O Governo está barricado com a troika contra o país”.

Questionado sobre o aumento das exportações de bens em 5,6% em Janeiro último, em comparação com Janeiro de 2012, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Pedro Filipe Soares ripostou que este indicador por si só não resolve os problemas da economia. “As exportações são um pilar de esperança, mas isso não é a solução completa”, sustentou, referindo que por outro lado “o Governo está a destruir o mercado interno”.

 

Corte de metade da dívida de médio e longo prazo

Pedro Filipe Soares apresentou uma proposta para cortar 50% da dívida pública de médio e longo prazo, que “cresceu pela especulação” e cujos juros servem “para pagar aos especuladores enquanto o país empobrece”.

Este corte de metade da dívida proposto pelo BE “libertaria por si só 18,5 mil milhões de euros apenas em 2013 e 2014” e até 2020 o efeito de redução das obrigações seria superior a 85 mil milhões.

Os bloquistas querem ainda um novo mecanismo de obrigações do tesouro com “um prazo de pagamento a trinta anos” e com um período de carência de juros até 2020.

O país está “a ser alvo de uma chantagem inaceitável” e a receber “um tratamento de segunda categoria em relação a qualquer banco”, que paga juros mais baixos, apontou Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar do BE insurgiu-se contra a ideia de que não existe alternativa ao cumprimento do memorando assinado com as instituições internacionais e de que renegociar a dívida significa “a saída do euro”. “Isso é uma chantagem e ainda por cima é falsa”, atirou, referindo que a Grécia já teve várias renegociações, embora “mal feitas”, e continua na zona euro.

As jornadas parlamentares do BE dedicadas ao tema “Estado social, serviços públicos e crescimento”, decorreram esta segunda e terça-feira em Aveiro.
 
 
 

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