Namorado de indiana violada num autocarro: "Ela tentou salvar-me"

Jovem conta que foi espancado até perder os sentidos e acusa a polícia de os levar para um hospital muito distante.

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Um bairro de Nova Delhi: "Zona designada para violações" Findlay KEMBER/AFP

O namorado da jovem violada num autocarro em Nova Delhi, na Índia, e que morreu na semana passada devido aos ferimentos graves com que ficou, deu a primeira entrevista depois do crime. O seu nome não foi divulgado pela estação de televisão Zee News, a quem contou que a polícia, em vez de o levar e à namorada, que "sangrava abundantemente", para o hospital mais próximo, optou por outro "bastante longe", o que obrigou a uma viagem demorada.

O jovem homem contou que entrou com a namorada - uma estudante de 23 anos, cujo nome também não foi divulgado - num autocarro, cujas janelas estavam pintadas. Pagaram os bilhetes e começaram a ser atacados. Ele foi espancado e ficou inconsciente. Seguiu-se o ataque à rapariga, que morreu no fim de semana passado. O namorado disse que agora acredita que o ataque pode ter sido planeado, que caíram numa armadilha, relata a BBC.

"Tentámos resistir. Até a minha namorada tentou resistir, tentou salvar-me. Ela tentou marcar o número de emergência, o 100 [o 112 da Índia], mas um dos atacantes tirou-lhe o telemóvel".

Cinco homens foram acusados pela violação consecutiva da jovem mulher que resultou na sua morte, podendo ser condenados à pena de morte por enforcamento. Um sexto atacante, por ser menor, será julgado num tribunal de menores onde a condenação à morte não existe.

No seu testemunho, a vítima sobrevivente do ataque brutal que revoltou a Índia, com a população a exigir ao Governo decisões sobre a violência contra as mulheres e em particular a punição dos crimes sexuais, confirmou que, depois dos espancamentos e violações, os atacantes atiraram o casal para fora do autocarro e tentaram atropelá-los.

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