A guerra civil na Síria já levou mais de 440.000 pessoas a procurar refúgio nos países vizinhos, um número oficial que duplicou em menos de três meses e a que se deve somar “outras centenas de milhares” que não estão registadas, avança o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

 No início de Setembro, os registos oficiais davam conta da existência de 213.000 refugiados, mas o mais recente balanço estima que 442.256 sírios estão agora em zonas mais seguras no Líbano (127.420), na Jordânia (125.670), na Turquia (123.747), no Iraque (55.685) e em países do Norte de África (9.734).

Em declarações aos jornalistas em Genebra, na sede europeia das Nações Unidas, o responsável pela comunicação do ACNUR, Adrian Edwards, salientou que o número mais recente "não inclui outras centenas de milhares de sírios que não fizeram o seu registo".

O alto comissariado liderado por António Guterres sublinha que o número de refugiados sírios no Iraque triplicou desde o dia 1 de Setembro, passando de 18.700 para 55.685, 75% dos quais estão agora na região do Curdistão. Só ao campo de refugiados de Domiz chegam entre 500 e 600 sírios por dia.

"As nossas equipas no terreno dizem-nos que as pessoas que têm chegado na última semana estão entre as mais assustadas que temos visto até hoje, especialmente as mulheres", lê-se num comunicado publicado no site do ACNUR.

Desde a revolta contra o Presidente Bashar al-Assad e o início da guerra civil na Síria já morreram pelo menos 40.000 pessoas, segundo os números do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.