Miguel Relvas garante confiar em Paulo Portas

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Relvas revelou que vai haver uma posição conjunta de PSD e CDS-PP sobre a coligação

Miguel Relvas, garantiu nesta quinta-feira que confia no ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, remetendo para uma posição conjunta de PSD e CDS-PP sobre a coligação.

À saída de um seminário sobre "Autarquias inteligentes", em Cascais, Miguel Relvas foi questionado se confiava no líder do CDS e parceiro de coligação, Paulo Portas, tendo respondido: "Claro que sim". O ministro dos Assuntos Parlamentares remeteu ainda para "daqui a duas horas" uma posição de ambos os partidos.

"As direcções do PSD e CDS vão reunir. Temos duas horas pela frente. Haverá uma posição das duas direcções e depois vocês saberão", afirmou. Representantes das direcções do PSD e do CDS-PP, sem os presidentes dos dois partidos, Passos Coelho e Paulo Portas, vão reunir-se hoje às 19h horas, no hotel Tivoli, em Lisboa.

Porém, de acordo com o Jornal de Negócios, Passos Coelho e Paulo Portas já estiveram reunidos ao início da manhã, na residência oficial do primeiro-ministro, ainda antes do Conselho de Ministros. Os dois terão falado sobre as actuais relações complicadas na coligação governamental e tentado ultrapassar as divergências que têm deteriorado o ambiente entre os dois partidos. Em causa estão sobretudo as mudanças nas contribuições de patronato e trabalhadores para a Segurança Social – a Taxa Social Única –, contra as quais alguns deputados do CDS-PP se têm manifestado.

Segundo revelou a agência Lusa, a delegação do PSD para o encontro do fim da tarde desta quinta-feira entre os parceiros de coligação vai ser chefiada pelo vice-presidente e coordenador da Comissão Permanente, Jorge Moreira da Silva, incluindo ainda o secretário-geral do partido, José Matos Rosa, o líder parlamentar, Luís Montenegro, e os vice-presidentes Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto.

Por sua vez, o CDS-PP estará representado pelo presidente do Conselho Nacional, António Pires de Lima, e também pelo primeiro vice-presidente do partido, Nuno Melo, pelo secretário-geral, António Carlos Monteiro, pelo líder parlamentar, Nuno Magalhães, e pela vice-presidente Teresa Caeiro.

O CDS-PP já tinha revelado de manhã que aceitava o convite do PSD – feito na noite de quarta-feira – para uma reunião entre as direcções dos dois partidos. “O CDS disponibiliza-se para que a reunião se verifique ainda no dia de hoje”, acrescentou então a mesma fonte.

A Comissão Política Nacional do PSD decidiu nesta madrugada convidar o CDS-PP para uma reunião, com urgência, das direcções dos dois partidos com vista a “obter a indispensável manifestação de apoio ao acordo político de coligação”.

“A Comissão Política Nacional do PSD deliberou convidar o CDS para uma reunião conjunta das direcções partidárias, a ter lugar com a maior brevidade possível, com o intuito de obter a indispensável manifestação de apoio ao acordo político de coligação celebrado em 16 de Junho de 2011, assim como às decisões e estratégia do Governo em matéria de consolidação orçamental e ajustamento estrutural, visando uma trajectória de crescimento sustentável”, referem os social-democratas num comunicado distribuído à comunicação social, já depois da meia-noite e quando ainda decorria a reunião.

Esta declaração vem ao encontro do que o líder do CDS, Paulo Portas, que no último domingo se pronunciou sobre a necessidade de os dois partidos trabalharem em conjunto, mas sem perder a identidade.

“Não direi absolutamente nada que prejudique a margem de manobra do Governo e da coligação. (…) A minha preocupação não é que um partido fique bem na fotografia, isso seria nestas circunstâncias desprezível, a minha preocupação é fazer o que puder para evitar uma ruptura social e descomprimir a tensão política”, disse Portas, no final do Conselho Nacional do CDS, lembrando que “vivemos juntos esta crise dificílima, só saímos juntos desta crise dificílima, temos de fazer o que pudermos para que o país não se divida perigosamente”.

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