Daniel Serrão distinguido com o Prémio Nacional de Saúde

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Daniel Serrão deu um grande contributo à anatomia patológica Fernando Veludo

O médico e cientista Daniel Serrão foi distinguido com o Prémio Nacional de Saúde 2010, “pelos contributos inequívocos prestados no decurso do seu desempenho profissional”, segundo um comunicado da Direcção-Geral de Saúde.

Ana Jorge, ministra da Saúde, entregará hoje à tarde o prémio ao médico, durante a sessão com o tema "Resistência aos Antimicrobianos: se não actuamos hoje, não haverá cura amanhã", a propósito da comemoração do Dia Mundial da Saúde.

“O notável contributo do laureado para o desenvolvimento da Anatomia Patológica no País, a dedicada atenção concedida à reflexão sobre o futuro, a estrutura e a sustentabilidade do sistema nacional de saúde e ainda a sua projecção internacional no campo da patologia e na área da ética médica e da bioética” fundamentaram e motivaram o júri do Prémio Nacional de Saúde 2010 a atribuir o prémio a Daniel Serrão.

Ao PÚBLICO, Daniel Serrão admitiu que a atribuição do prémio “foi uma sensação de reconhecimento”. O médico aposentou-se aos 70 anos, apesar de ter continuado a trabalhar na área até aos 75 anos.

Actualmente, continua ligado apenas à Bioética e afirma que “ao fim deste tempo todo, é agradável” receber um prémio que distingue o seu percurso profissional.

Daniel Serrão explica que se tivesse recebido o prémio aos 50 ou 60, teria recusado. Agora, com 83 anos, mostrou-se satisfeito e diz sentir-se “digno”da distinção.

Para o professor, este prémio é importante para que se reconheça o mérito que os profissionais têm e motiva os médicos a trabalharem mais e melhor.

O professor, licenciado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, teve um papel fundamental na investigação, ensino e assistência, que permitiu que o Serviço de Anatomia Patológica se tornasse numa referência nacional e internacional, segundo nota biográfica divulgada pelo Ministério.

Iniciou o uso pioneiro do microscópio electrónico no diagnóstico de tumores e foi um dos introdutores e importante impulsionador da bioética em Portugal.

Coordenou a criação do Livro Branco “Recomendações para uma Reforma Estrutural da Saúde”, com propostas para a sustentabilidade do sistema de saúde, das quais algumas chegaram mesmo a ser introduzidas e utilizadas no SNS.

Foi representante de Portugal no Comité Directeur de Bioéthique e eleito membro do respectivo Bureau do Conselho da Europa. Tornou-se membro do International Committee Of Bioethics e participou na redacção da Convenção Europeia dos Direitos Humanos e da Biomedicina. Foi ainda convidado pelo Papa João Paulo II a fazer parte da Pontifícia Academia perl a Vita e, mais recentemente, condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, pelo Presidente da República, Cavaco Silva, pelo contributo para o desenvolvimento da Bioética em Portugal.

Esta distinção atribuída pela Direcção-Geral de Saúde foi aprovada em 2006 e pretende distinguir anualmente uma personalidade que tenha contribuído para a área de saúde e para o aumento do prestígio do Sistema Nacional de Saúde.

Notícia actualizada às 18h41
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