Sócrates leu "com atenção e surpresa" notícia sobre caso das escutas a Cavaco

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O DN diz que Fernando Lima terá sido a fonte do PÚBLICO nas notícias em que se afirmava que Cavaco estaria a ser espiado pelo Governo de Sócrates Luís Ramos

O primeiro-ministro, José Sócrates, escusou-se a comentar a notícia do “Diário de Notícias” sobre o envolvimento do assessor do Presidente da República Fernando Lima no caso da suspeita de escutas a Cavaco Silva, limitando-se a dizer que a leu "com atenção e surpresa" o diário.

"Eu li a notícia com atenção e também a li com surpresa, mas eu não quero fazer nenhum comentário além deste. Este não é o momento para me concentrar nessas notícias. Este é o momento para me concentrar nas questões de campanha eleitoral, que são muito importantes e que devem ocupar todo o meu espírito", disse, antes de uma acção de campanha no Porto.

Sócrates repetiu mais que uma vez que leu a notícia "com atenção, com surpresa", mas não faz mais comentários "neste momento", pois está "focado na apresentação das propostas do PS e em fazer campanha junto dos portugueses". "Agora devo concentrar-me naquele que é o meu dever: fazer campanha", reforçou.

As declarações de José Sócrates referem-se à manchete de hoje do Diário de Notícias, que avança que o assessor do Presidente da República Fernando Lima terá sido a fonte do PÚBLICO nas notícias de 18 de Agosto em que se afirmava que Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo de José Sócrates.

Essa suspeita foi formulada a propósito de críticas do PS quanto à alegada participação de assessores de Cavaco Silva na elaboração do programa eleitoral do PSD. Na notícia do PÚBLICO, uma fonte de Belém questionava a forma como os socialistas poderiam saber dessa participação: "Como é que os dirigentes do PS sabem o que fazem, ou não fazem, os assessores do Presidente? Será que estão a ser observados, vigiados? Estamos sob escuta, ou há alguém na Presidência a passar informações? Será que Belém está sob vigilância?"

Depois da notícia do PÚBLICO, o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, adiantou o nome de Fernando Lima como a fonte da notícia do diário em entrevista à SIC.

Foi na sequência desta manchete que o Público noticiou que as alegadas suspeitas de Cavaco Silva quanto a uma vigilância do Governo remontavam à visita do Presidente à Madeira em 2008, na qual teria sido observado um comportamento suspeito por parte de um assessor governamental, Rui Paulo Figueiredo.

Hoje o Diário de Notícias publica uma alegada mensagem de correio electrónico entre o jornalista do PÚBLICO Luciano Alvarez e o correspondente da Madeira, Tolentino de Nóbrega, com instruções para seguir pistas fornecidas por Fernando Lima quanto a essa suspeita, supostamente por ordem directa de Cavaco Silva.

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