Hamas só admite paz com Israel depois da retirada dos territórios ocupados

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O Hamas garante que há vários países prontos para apoiar financeiramente o novo Governo palestiniano AP (arquivo)

O Hamas está preparado para viver em paz com Israel, mas só depois de as forças israelitas saírem dos territórios ocupados e de Jerusalém Oriental, declarou hoje o chefe do gabinete político do movimento radical palestiniano, Khaled Mechaal, em declarações a uma estação de televisão alemã.

"Israel deve retirar-se dos territórios que ocupa desde 1967 - o que inclui a capital, Jerusalém - e conceder o direito dos refugiados [palestinianos] regressarem às suas casas, bem como proceder ao desmantelamento dos colonatos judaicos, à destruição do muro de separação e à libertação de todos os detidos", afirmou Mechaal, no exílio, em declarações ao canal público ZDF.

"Se - e apenas se - Israel agir dessa forma, então o Hamas, os palestinianos, os árabes e os muçulmanos estarão preparados para uma verdadeira paz", afirmou.

Para Mechaal, o atentado-suicida da passada segunda-feira em Telavive, que fez dez mortos, incluindo o seu autor, foi um "acto de auto-defesa".

"A comunidade internacional - observou - faria melhor se travasse a agressão israelita, em vez de punir o povo palestiniano por ter escolhido o seu Governo através de eleições livres", disse o responsável.

Os Estados Unidos e a União Europeia decidiram suspender a sua ajuda financeira directa à Autoridade Palestiniana após a formação de um Governo dirigido pelo Hamas, exigindo a este movimento que reconheça a existência do Estado de Israel, que renuncie à luta armada e que respeite os compromissos assumidos pelos anteriores governos palestinianos.

"O Irão comprometeu-se a dar 50 milhões de dólares; a Arábia Saudita 92,5 milhões; o Qatar 50 milhões; e a Rússia dez milhões", sublinhou Mechaal, acrescentando que outros países se seguirão e que a Liga Árabe já abriu uma conta bancária.

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