Donativos recolhidos pela Cáritas e Oikos ajudaram milhares de vítimas do tsunami

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Há um ano, o tsunami afectou 12 países do Índico, causando 220 mil mortos e milhões de vítimas directas ou indirectas Rungroj Yongrit/EPA

As organizações não-governamentais portuguesas Oikos e Cáritas ajudaram milhares de pessoas a ter acesso a água, saneamento ou cuidados de saúde depois do tsunami que há um ano assolou o sudoeste asiático, anunciaram hoje aquelas instituições.

Foi graças aos donativos recolhidos pela Oikos que em Aceh, na Indonésia, uma das zonas mais afectadas pela catástrofe, nove mil pessoas beneficiaram de cuidados médicos e que 4900 deslocados dos 11 campos que aquela organização não-governamental (ONG) portuguesa geriu tiveram acesso a água e saneamento.

No relatório hoje divulgado, a Oikos explica que o trabalho desenvolvido nos campos de deslocados foi suportado pelos fundos angariados na campanha "Um litro de ajuda" com os clientes dos hipermercados Jumbo e Pão de Açúcar e através de doações particulares e de empresas, num total de 92.812 euros.

Na prestação de cuidados de saúde primários, reforço das competências dos técnicos de saúde locais, campanhas de vacinação e reabilitação de uma escola e de uma clínica móvel foram usados 175 mil euros, entregues à Oikos pela Direcção-Geral de Saúde. A ONG portuguesa vai assegurar a continuação dos projectos de saúde.

Os mais de 5,2 milhões euros que os portugueses depositaram na conta bancária da Cáritas, foram usados, sob a coordenação da Cáritas Internacionalis, em acções de socorro às vítimas e de reabilitação de habitações, de postos de trabalho e de equipamentos públicos.

Na Índia, mais de 700 mil pessoas receberam ajuda de emergência. No período posterior à tragédia foram instalados 1300 tanques de água, construídas 44 escolas, 66.855 crianças tiveram apoio educacional e material escolar e foram também criados 1521 grupos de auto-ajuda psicológica.

Os donativos serviram igualmente para construir abrigos temporários e casas e comprar barcos ou seus componentes, como forma de relançar as actividades económicas.

Na Indonésia, foram distribuídas mais de sete toneladas de alimentos e água e o saneamento chegou a 73.814 pessoas, foi construída uma escola, oito estão em construção e 115 outras serão construídas.

Foram construídos dezenas de outros edifícios de utilidade pública, centenas de abrigos e casas, estando a construção de vários milhares ainda prevista.

No Sri Lanka, foram distribuídas sete toneladas de medicamentos, em parceria com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, mais de 23 mil equipamentos de cozinha, lençóis e geradores.

Os donativos foram também usados na construção de mais de seis mil abrigos temporários, mais de 63 casas foram erguidas e mais de 120 reparadas.

Centenas de barcos foram construídos e reparados, 118 pessoas beneficiaram de formação profissional e a 313 foi concedido micro-crédito, entre outras formas de incentivo às actividades económicas.

Na Tailândia, mais de cinco mil pessoas receberam alimentos e outras 20 mil foram assistidas numa clínica móvel, 667 crianças receberam apoio educacional e material escolar, foram construídos três centros educativos e quatro postos de abastecimento de água.

Foram construídas 235 casas, compradas centenas de embarcações e de redes de pesca e criadas 26 empresas no sector das pescas, entre outros incentivos à economia local.

A 26 de Dezembro de 2004, um sismo com uma magnitude superior a nove graus na escala de Richter, ao largo de Sumatra, provocou um tsunami que afectou 12 países no Oceano Índico, causando 220 mil mortos e milhões de vítimas directas ou indirectas.

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