Vaticano funda equipa de críquete e desafia Igreja de Inglaterra

O “St. Peter’s Cricket Club” irá consistir numa liga disputada entre equipas das universidades e seminários romanos. Os melhores jogadores vão jogar contra uma equipa da Igreja Anglicana no próximo ano.

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Treino no Colégio Católico Maria Mater Ecclesiae em Roma Alessandro Bianchi/reuters

A Igreja Católica quer ajustar contas com a Igreja Anglicana, mais de 500 anos depois da Reforma que ditou a cisão entre ambas as confissões. Mas a contenda será decidida dentro da área circular de um campo de críquete. O Vaticano anunciou a fundação de um clube de críquete, o “St. Peter’s Cricket Club”, e promete desafiar a Igreja de Inglaterra, noticia a Reuters esta terça-feira.

Irá realizar-se um campeonato que será disputado por equipas de padres e seminaristas de instituições católicas em Roma. Depois de jogarem entre si num torneio “Twenty20”, os melhores jogadores são seleccionados para o “Vatican XI”, a equipa do Vaticano, e vão desafiar a Igreja de Inglaterra para que também forme uma equipa para disputar um jogo no Lord’s, o estádio mais célebre da modalidade, em Londres.

“A equipa do Vaticano vai poder jogar contra qualquer equipa no mundo”, prometeu Alfonso Jayarajah, antigo capitão da selecção italiana e membro da direcção do clube do Vaticano, durante o seu baptismo, em declarações à Reuters. “Esperamos ver uma equipa do Vaticano a jogar no Lord’s”, acrescentou.

A ideia por trás da iniciativa é encorajar o diálogo inter-religioso, um dos dossiers mais prementes dentro da Igreja Católica. “Esperamos ter um diálogo ecuménico através do críquete e jogar contra uma equipa da Igreja de Inglaterra em Setembro”, explicou o padre Theodores Mascarenhas, um responsável indiano do Conselho de Cultura do Vaticano, que chegou a praticar a modalidade.

Alguns meios de comunicação católicos revelam que há a hipótese de o Vaticano organizar um torneio que venha a incluir equipas de seminários islâmicos, budistas e hindus, de países como o Paquistão, o Bangladesh ou a Birmânia.

A ideia de fundar uma equipa de críquete no Vaticano ocorreu, pela primeira vez, ao embaixador da Santa Sé na Austrália, John McCarthy. Aproveitando o sucesso mediático da Clericus Cup, um torneio de futebol entre universidades e seminários religiosos de Roma, McCarthy contactou responsáveis eclesiásticos dos chamados “países do críquete”, que incluem o Reino Unido, a África do Sul e o Paquistão. Segundo o embaixador, foram encontrados “patrocinadores anónimos do mundo do críquete”.

O uniforme da equipa do Vaticano terá as cores oficiais da cidade-Estado, o amarelo e branco, e os casacos vão ter o selo do papado.

O Papa Francisco deverá continuar um adepto do futebol, conhecida que é a sua paixão pelo clube argentino San Lorenzo. No entanto, o padre Mascarenhas considera que “o críquete será outra das coisas que ele irá aceitar como parte da sua abertura”.

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