Valor de radioactividade na central de Fukushima atingiu novo máximo

O nível de radiação detectado esta manhã pode matar uma pessoa em menos de quatro horas.

O Governo japonês já disponibilizou cerca de 380 milhões de euros para resolver as fugas. Kyodo/Reuters

Os valores de radioactividade junto aos tanques de armazenagem de água contaminada na central nuclear de Fukushima dispararam hoje para um novo máximo, anunciou a Autoridade Reguladora do Nuclear do Japão.

O nível de radiação disparou dos 1800 milisieversts (mSv) por hora, registados no último sábado, para os 2200 mSv por hora medidos esta manhã, confirmou a operadora Tokyo Electric Power Company (Tepco).

Os valores registados são suficientemente elevados para representar um perigo mortal: como nota a BBC, a exposição àqueles níveis de radiação seria uma dose letal para qualquer pessoa que não estivesse protegida por equipamento especial em menos de quatro horas.

As autoridades sublinharam, porém, que as áreas em que se verificaram as leituras preocupantes estão isoladas, e informaram que a maioria desta radiação é beta, que tem uma força de penetração nos materiais bastante inferior à gama.

No mês passado, a Tepco detectou fugas de água contaminada com libertação de radiação em dois tanques de armazenamento, e num cano de ligação entre tanques. Com uma capacidade máxima de mil toneladas, os tanques armazenam a água que arrefece os reactores nucleares: no total, a central alberga 430 mil toneladas de água radioactiva.

O Governo japonês já disponibilizou cerca de 380 milhões de euros para resolver as fugas. O plano anunciado esta manhã passa pela melhoria dos sistemas de tratamento de água e ainda pela instalação de “paredes” de congelação em torno dos reactores, de forma a impedir o contacto da água contaminada com o solo.

Três reactores da central nuclear de Fukushima derreteram a 11 de Março de 2011, na sequência do tsunami causado pelo sismo de magnitude 9 na escala de Richter que atingiu o Nordeste do Japão. 

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