Um congresso para remendar o chavismo

Perante a hipótese de uma debandada que lhe pode ser fatal, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tenta remendar as brechas no chavismo que ficaram mais visíveis do que nunca na última semana.

No fim da semana, fez um apelo à conciliação. Pediu aos "companheiros" para deitarem "as divergências para trás das costas". "Já chega. Já dissemos tudo o que tínhamos para dizer. Agora vamos estender a mão e também estamos prontos para abraçar todos os companheiros que fizeram isto ou aquilo".

Ao mesmo tempo, a direcção do Partido Socialista Unido da Venezuela marcou um Congresso para os dias 26-29 de Julho e alguns dirigentes estão a percorrer o país, contando espingardas — quem são os verdadeiros apoiantes e quem pode estar com os críticos. O objectivo desta expedição bolivariana pelo país, explica o correspondente do El País na capital venezuelana, é reagrupar as facções antes do Congresso de Caracas, onde o partido quer dar uma imagem de força e unidade.

Não se sabe, porém, se isso será possível — ou se a reunião magna dos socialistas não será antes a ocasião em que as divergências se tornarão ainda mais visíveis, depois da saída de Jorge Giordani, que era o mentor intelectual de Hugo Chávez. O partido tem duas grandes facções, uma dirigida pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello (que tem do seu lado os militares e defende que o início da saída da crise deve passar pela abertura do sector petrolífero à iniciativa privada); outra composta pela velha guarda intelectual que fez a revolução com Chávez (a que Giordani pertencia).
 

  

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