Sismo de magnitude 7,3 abala Nordeste do Japão

O abalo fez tremer os edifícios em Tóquio e foi lançado um alerta de tsunami, entretanto levantado.

Foto
Não há registo de danos na central nuclear de Onagawa Issei Kato/Reuters

Um sismo de magnitude 7,3 na escala de Richter abalou o Nordeste do Japão nesta sexta-feira. Foi imediatamente emitido um alerta de tsunami, levantado duas horas depois. Há registo de vagas com um metro de altura numa cidade costeira.

Segundo a agência Reuters, o abalo, que ocorreu às 17h18 (8h18 em Lisboa), fez tremer os edifícios na capital Tóquio durante alguns minutos. Foi imediatamente lançado um alerta de tsunami para a costa da província de Miyagi – uma das mais atingidas pelo terramoto e maremoto a 11 de Março de 2011 – mas cerca de duas horas depois, às 10h20 em Lisboa, o alerta foi levantado. 

A AFP avança que a vila de Ishinomaki, na zona costeira de Miyagi, foi atingida por uma primeira vaga às 18h02 (9h02 em Lisboa), com um metro de altura – muito menos do que os 10 a 11 metros registados em 2011. Ishinomaki foi a localidade mais atingida pelo tsunami de 2011, que provocou cerca de 20 mil mortos.

A Reuters dá conta de cinco feridos ligeiros na província de Miyagi, mas a estação de televisão japonesa NHK fala em nove pessoas que terão ficado feridas enquanto tentavam abandonar as suas casas.

“Estava no centro da cidade no exacto momento em que ocorreu o sismo. Entrei imediatamente no carro e comecei a fugir em direcção às montanhas. Ainda estou dentro do carro”, disse à Reuters um morador de Ishinomaki. E acrescentou: “Tenho o rádio ligado e nas notícias dizem que os carros ainda estão presos no trânsito. Tenciono ficar aqui nas próximas duas horas.”

A circulação ferroviária foi interrompida e foram encerradas as pistas do aeroporto de Sendai, capital da província de Miyagi, que ficou inundado na sequência do maremoto de 2011.

Centrais nucleares não foram atingidas
Segundo a informação disponível na página de Internet da Agência Meteorológica do Japão, o epicentro do sismo foi em Sanriku Oki, a 240 quilómetros da costa do Pacífico, na província de Miyagi, a cerca de dez quilómetros de profundidade e com magnitude 7,3.

Segundo o jornal online The Japan Times, a Tohoku Electric Power Co, empresa detentora da central nuclear de Onagawa, garantiu que não há registo de danos naquela unidade, que foi atingida pelo forte sismo de Março de 2011, de magnitude 8,9 na escala de Richter. O jornal, que cita a estação de televisão japonesa NHK, diz que não há danos em qualquer uma das centrais nucleares da região de Tohoku – entre elas está a central de Fukushima, que ficou devastada pelo tsunami de 2011, originando o maior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986.

De acordo com a BBC, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, cancelou a campanha para as eleições de 16 de Dezembro. É difícil telefonar para a província de Miyagi, uma vez que as linhas estão completamente ocupadas.

O alerta de tsunami indicava que as ondas podem ter até dois metros de altura e recomendava às populações que se afastassem das zonas costeiras. Na memória ainda está a catástrofe de Março de 2011, em que o terramoto seguido de tsunami devastou aldeias inteiras, desalojando e traumatizando milhares de pessoas, destruindo culturas e fábricas, deixando marcas difíceis – e caras – de apagar. Só o custo do acidente nuclear em Fukushima pode ascender a cerca de 100 mil milhões de euros.

Além deste alerta, foram emitidos avisos para as zonas de Fukushima, Iwate, Ibaraki e Aomori, também já cancelados. O Departamento de Estudos Geológicos dos Estados Unidos registou três réplicas do sismo, com magnitude de 6,2, 5,5 e 4,7.

 

 


 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar