Sete homens detidos por vídeo de “casamento gay” no Egipto

Video tornou-se viral e autoridades dizem que as imagens são “humilhantes, lamentáveis e iriam enraivecer Deus”.

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As autoridades egípcias detiveram sete homens por alegadamente participarem numa cerimónia de casamento entre dois homens num barco no rio Nilo, depois de um vídeo mostrando a festa ter tido grande sucesso nas redes sociais.

No Egipto não é permitido casamento entre pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade não é explicitamente proibida, mas muitas vezes homossexuais são acusados por “incitamento ao deboche” ou “imoralidade” ou “blasfémia”.

No caso deste vídeo, os homens serão sujeitos a “testes médicos”, aparentemente para determinar a sua orientação sexual, testes que são denunciados por organizações de direitos humanos como sendo "uma forma de tortura", diz a Human Rights Watch.

As imagens são “humilhantes, lamentáveis e iriam enraivecer Deus”, segundo o Ministério Público. A polícia identificou nove homens no vídeo e procura os dois que ainda não foram detidos. Um deles falou e disse que tudo não passou de uma brincadeira.

No país há uma história de detenções do género: em 2001, no que terá sido a maior operação do género, a polícia foi a um barco-discoteca chamado Queen Boat, detendo e acusando 52 homens.

Depois da eleição do antigo general Abdul Fattah al-Sissi, após o derrube do primeiro Presidente eleito, Mohamed Morsi da Irmandade Muçulmana, tem havido mais relatos de operações e detenções de gays e lésbicas. Em Abril, quatro homens foram condenados a penas de prisão no âmbito de leis anti-deboche por terem assinado um contrato de leasing juntos. 

"Com o ressurgimento do estado policial depois do último golpe militar, gays e lésbicas têm sido o foco de perseguição que o Ministério do Interior se orgulha em publicitar", diz o site norte-americano Daily Beast. Nos últimos dez meses, 18 homossexuais ou transgénero foram condenados a penas de prisão de 3 a 12 anos.  

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