Protestos contra a queima do Corão causaram pelo menos mais 12 mortos no Afeganistão

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Em Cabul houve protestos após as orações de sexta-feira Shah Marai/AFP

Barack Obama pediu desculpa aos afegãos e garantiu que a queima de exemplares do Corão na base militar norte-americana de Bagram, no Afeganistão, foi “um erro inadvertido”, mas isso não fez acalmar os protestos que já se prolongam há quatro dias. Nesta sexta-feira morreram pelo menos mais 12 pessoas.

Os protestos contra os Estados Unidos, causados pela incineração, na noite de segunda para terça-feira, de vários exemplares do Corão, continuaram pelo quarto dia consecutivo em vários locais do Afeganistão.

Desde terça-feira já morreram pelo menos 24 pessoas nos protestos contra a queima do Corão, segundo a AFP. Cerca de uma centena de pessoas ficaram feridas, muitas delas atingidas por balas, dois soldados norte-americanos foram mortos.

Herat, na parte ocidental do país, é habitualmente uma das províncias mais calmas, mas nesta sexta-feira foi palco de violentos protestos, houve troca de tiros e entre os sete mortos estão um polícia afegãos e uma mulher, adiantou à agência francesa um porta-voz das autoridades locais, Moheedin Noori. “A situação foi muito violenta junto ao consulado norte-americano. Houve confrontos. Alguns manifestantes tentaram retirar as armas aos polícias e houve tiros”.

Uma bomba explodiu na província de Khost, na parte oriental do país, e na capital, Cabul, fotógrafos da AFP viram ser transportados dois corpos. Durante as orações de sexta-feira, pelo menos um imã apelou aos fiéis para que se manifestassem contra a destruição do livro sagrado do islão.

Em Cabul, centenas de pessoas saíram à rua para participar em protestos após as orações de sexta-feira, apesar do apelo à calma feito ao início da manhã pelo comandante das forças da NATO no Afeganistão, John Allen. “Peço a todos e em todo o país, membros das forças internacionais e afegãos, para que haja contenção enquanto apuramos os factos”, disse em comunicado. “Trabalhar em conjunto com a liderança afegã é a única forma de corrigir este erro a garantir que não voltará a acontecer.”

notícia actualizada às 17h41
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