Papa sobre os independentismos na Europa: “devem ser tratados com pinças”

“Todas as divisões me preocupam”, disse Francisco numa entrevista ao jornal catalão La Vanguardia.

Foto
"Há povos que, mesmo com cola, é difícil mantê-los unidos" VINCENZO PINTO/AFP

O Papa Francisco está preocupado com os movimentos independentistas que se desenvolvem na Europa, como acontece na Escócia (Reino Unido) e na Catalunha (Espanha), onde estão previstos realizarem-se referendos de autodeterminação nos próximos meses.

“Todas as divisões me preocupam”, disse Francisco numa entrevista ao jornal catalão La Vanguardia, publicada nesta sexta-feira.

O Papa faz questão de sublinhar a diferença, segundo o seu entendimento, entre os movimentos e lutas pela independência das antigas colónias que se queriam emancipar, como foram os casos dos países da América Latina e de África, e os separatismos como os que destruíram a Jugoslávia.

“Evidentemente que há povos com culturas tão diversas que mesmo com cola é difícil mantê-los unidos. O caso jugoslavo é muito claro, mas eu interrogo-me se é também assim tão claro noutros caso, entre outros povos que viveram juntos até agora”, diz Francisco.

“É preciso ver caso a caso. A Escócia, a Padania (norte de Itália), a Catalunha. Há casos que seriam justos e há casos que não, mas a secessão de uma nação sem um passado de unidade forçada é um assunto que deve ser tratado com pinças”, avisa o Papa.

Os escoceses vão ser chamados às urnas no dia 18 de Setembro  para decidirem se querem ser independentes do resto do Reino Unido, numa votação que foi concertada entre Londres e Edimburgo.

Na Catalunha, o governo regional quer organizar um referendo de autodeterminação no dia 9 de Novembro, apesar da feroz oposição de Madrid, que já declarou que considera a consulta inconstitucional.

Sugerir correcção
Comentar