Papa Francisco diz que não fica ofendido quando lhe chamam marxista

Líder da igreja católica mostra-se preocupado com a "tragédia da fome no mundo".

Foto
"A ideologia marxista está equivocada, mas na minha vida conheci muitos marxistas boas pessoas" AFP/LUCA ZENNARO

O Papa Francisco assegura que não é marxista, mas afirma que não se sente ofendido quando o denominam como tal, numa entrevista publicada hoje pelo “La Stampa”. O líder da igreja católica mostra-se preocupado com a "tragédia da fome no mundo".

"A ideologia marxista está equivocada, mas na minha vida conheci muitos marxistas boas pessoas, por isso não me sinto ofendido", reconhece o papa.

Francisco reafirma que a mulher na igreja tem de ser "valorizada, não clericalizada" e que a reforma do banco do Vaticano "vai pelo caminho justo".

Mas para o Papa, a maior preocupação é "a tragédia da fome no mundo", que defende ter solução com a cooperação de todos, pelo que insta a "dar de comer aos esfomeados".

Neste sentido, Francisco assegura que, com os alimentos desperdiçados diariamente, se poderia dar de comer a muitas pessoas e fazer com que as crianças que choram de fome o deixem de fazer.

"No mundo temos comida suficiente para acabar com a fome. Se trabalhamos com as associações humanitárias e nos pusermos de acordo em não desperdiçar comida, fazendo chegar alimentos a quem precisa, teremos contribuído para resolver a tragédia da fome no mundo", refere o Papa.

A entrevista publicada pelo diário italiano La Stampa está centrada no Natal e é a primeira do argentino Jorge Bergoglio como Papa. Nesta entrevista, Francisco também reflecte ainda sobre assuntos como a infância, o diálogo com outras religiões, o futuro da igreja e a economia.
 

Sugerir correcção
Comentar