Ministros das Finanças do G7 procuram soluções para o crescimento

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O economista Nouriel Roubini com a directora-geral do FMI, Christine Lagarde Fabrizio Bensch/Reuters

Os ministros das Finanças das sete maiores economias do mundo (G7) iniciaram esta quinta-feira, na Alemanha, um encontro de dois dias para discutir medidas que ponham a economia a crescer de uma forma sustentada. A novidade foi o convite feito a vários economistas de renome mundial para participarem na cimeira, entre os quais se encontrava Nouriel Roubini. A confirmação foi o facto de a Grécia, apesar de não constar da agenda da sessão, ter dominado as conversas de bastidores e algumas declarações públicas.

O encontro, que serve para preparar terreno para a cimeira de chefes de Estado e de Governo que irá também decorrer em território germânico nos dias 7 e 8 de Junho, poderá resultar nesta sexta-feira num comunicado com propostas concretas dos responsáveis ministeriais. Na véspera, os ministros quiseram ouvir os banqueiros centrais e os economistas convidados, alguns deles premiados com o Nobel.

O objectivo foi criar uma atmosfera de brainstorming que habilitasse os ministros com soluções que permitam caminhar para uma Economia Global Dinâmica, o lema do encontro. Isto num quadro de retoma frágil na zona euro, de manutenção de algumas dúvidas sobre o crescimento norte-americano, de aterragem forçada da economia chinesa e de uma enorme volatilidade nos mercados financeiros.

Nouriel Roubini, o homem que previu a Grande Depressão que teve início no final de 2008, foi citado como tendo dito aos ministros que apoia as políticas que têm vindo a ser seguidas pelos principais bancos centrais, nomeadamente através da injecção de dinheiro nas economias. Mas alertou que esta acção não é suficiente e que novos riscos financeiros poderão emergir, se os restantes actores económicos não tomarem medidas para promover o crescimento.

Robert Shiller, um dos laureados com o prémio Nobel que compareceram em Dresden, lembrou que há uma nova “bolha” de activos nos mercados financeiros e defendeu que, neste quadro, é necessário aumentar as taxas de juro que, nas maiores economias ocidentais, estão perto do zero. A Reserva Federal norte-americana já deu indicações de que o irá fazer a breve trecho, mas o Banco Central Europeu ainda não deu sinais de quando estará a pensar seguir esse caminho.

O governador do Banco de Inglaterra, que também participou no encontro, deu conta dos trabalhos em curso para impor novos códigos de conduta aos banqueiros e as formas de reforçar a supervisão do sector para evitar situações que abalaram a credibilidade do sector, nomeadamente, os casos de manipulação dos indexantes dos juros e das cotações das moedas.

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