Mais uma barreira derrubada pela Frente Nacional, agora no Senado

Partido de extrema-direita entrou pela primeira vez na câmara alta francesa, com dois senadores. Socialistas perdem maioria.

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Marine Le Pen saudou "vitória histórica" Francois Lenoir/REUTERS

A Frente Nacional conseguiu este domingo entrar, pela primeira vez, no Senado francês, alcançando a eleição de dois senadores. A líder do partido de extrema-direita, Marine Le Pen, falou numa “vitória histórica”.

Os grandes derrotados nas eleições parciais para o Senado foram os socialistas, que perderam para a UMP, de centro-direita, o controlo que tinham desde 2011 sobre a câmara alta francesa. Segundo a contabilização do Le Monde, a UMP conseguiu 23 lugares e perdeu onze, atingindo 145 senadores - aos quais se juntam os 38 do parceiro de coligação UDI (centrista), dando a maioria à direita.

O resultado representou também uma nova vitória simbólica para a Frente Nacional, que conseguiu fazer-se representar pela primeira vez no Senado. A eleição de Stéphane Ravier, que em Março se tornou autarca do sétimo bairro de Marselha, era já esperada. Mas o partido de extrema-direita ainda conseguiu um bónus, com a entrada de David Rachline, presidente da câmara de Fréjus, que aos 26 anos se torna no mais jovem senador da V República.

Por outro lado, a perda da maioria no Senado representa mais uma derrota para o Partido Socialista do Presidente François Hollande, depois das eleições municipais em Março e das europeias em Maio. O primeiro secretário do PS, Jean-Christophe Cambadélis, desvalorizou os resultados, dizendo ter sido esta “uma eleição mecânica e não histórica”.

Para estas eleições estavam em jogo apenas metade dos 348 lugares no Palácio do Luxemburgo, num sufrágio realizado através de um colégio eleitoral composto essencialmente por eleitos locais e regionais. A maioria de que a esquerda dispunha (178 senadores contra 166 da direita) era já bastante curta e as enormes perdas do PS nas municipais já antecipavam um novo debacle nas eleições para o Senado.

O Senado – descrito como o “lar de idosos da República” – é um órgão com poucos poderes, mais relevante para a representação local.

 

 

 

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