Jihadistas reforçam posições na cidade iraquiana de Tal Afar

Metade da população terá fugido da cidade. Nações Unidas retiraram parte do pessoal que tinham em Bagdad.

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População em fuga no Norte do Iraque MARWAN IBRAHIM/AFP

Rebeldes sunitas tomaram esta segunda-feira bairros de Tal Afar, no noroeste do Iraque, na estrada que leva à fronteira com a Síria, levando à fuga de cerca de 200 mil pessoas, metade da população da cidade e arredores.

Ao mesmo tempo, as Nações Unidas retiraram “temporariamente” parte do seu pessoal de Bagdad, 58 das cerca de 200 pessoas colocadas na capital, “por precaução”.

Em Tal Afar – de onde fugiu metade da população, segundo um responsável municipal, Abdulal Abbas – a situação era esta segunda-feira confusa e as informações contraditórias.

Um responsável do governo provincial de Ninive, que pediu para não ser identificado, disse, citado pela Reuters e pela AFP, que a cidade tinha sido tomada durante a noite por militantes sunitas liderados por forças do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), que aspira a criar um estado islâmico na zona fronteiriça.  “Vieram grupos armados para tomar o controlo de Tal Afar” e “confrontaram-se com as forças de segurança e combatentes [das tribos] que se retiraram”, disse.

Mohammed Khalil, um residente na cidade, enclave xiita da província maioritariamente sunita de Ninive, situada 380 km a noroeste de Bagdad e a seis dezenas de quilómetros da fronteira síria, afirmou que os rebeldes tomaram vários bairros mas não toda a cidade - habitada maioritariamente por população de origem turca - e que muitas famílias fugiram para a localidade vizinha de Sinjar.

Mas as autoridades iraquianas afirmam continuar a controlar Tal Afar e ter repelido o assalto a uma das poucas cidades da província de Ninive que não caiu nas mãos dos rebeldes. Um responsável do ministério do Interior, Saad Maan, disse à AFP que os rebeldes não só não avançaram como “não controlam um único metro de Tal Afar”.

O anúncio da retirada pelas Nações Unidas de parte do pessoal colocado em Bagdad– os funcionários seguiram para Amã e deverão depois reinstalar-se em Erbil, no Iraque – acontece depois de os Estados Unidos e a Austrália terem começado a retirar pessoal diplomático da capital. “Outros movimentos deste tipo poderão acontecer nos próximos idas”, disse o porta-voz adjunto das Nações Unidas, Farhan Haq.

Os jihadistas do ISIS tomaram na semana passada Mossul, segunda cidade do Iraque, uma grande parte da província de Ninive, Tikrit e outos sectores das províncias de Salaheddine, Diyala (no Leste) e Kirkuk (norte). Após vários dias de debandada, as forças de segurança iraquianas anunciaram no domingo terem “retomado a iniciativa, e garantiram ter morto 289 rebeldes e reconquistado duas cidades a Norte da capital.

 

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