Governo iraquiano reactiva milícias sunitas

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Membros de tribos sunitas num encontro com o Exército regular Sabah Arar/AFP

Pelo menos 31 pessoas foram mortas este domingo no Iraque, incluindo 5 soldados cujos corpos foram queimados. Os ataques concentraram-se nas cidades a norte de Bagdad — na capital, mal tinham acabado de ser enterradas as 28 vítimas do atentado suicida de sexta-feira num café.

A violência desenfreada está de regresso, já se tinha percebido. Mais de 1000 iraquianos foram mortos em Julho e isso já não acontecia em nenhum mês desde 2008, o último ano da violência sectária sem fim, dos mais de 100 mortos por dia.

Dois anos depois da retirada das últimas tropas de combate dos Estados Unidos, o Governo do xiita Nouri al-Maliki decidiu agora reactivar as Sahwa, ou Conselhos do Despertar, milícias formadas por membros das tribos sunitas da província de Anbar, homens que já tinham combatido os EUA mas que os americanos aceitaram armar e financiar para travar os extremistas estrangeiros.

Analistas e comandantes norte-americanos consideram que foram o factor determinante para travar a sangria, mais do que o reforço de tropas decidido por George W. Bush e pelo general David Petraeus. Quando os EUA saíram, os líderes xiitas deveriam ter integrado estes milicianos — chegaram a ser 100 mil — nas forças de segurança; em vez disso, deixaram de lhes pagar os salários, aumentando ainda mais o ressentimento da minoria sunita face ao Governo.

“Decidimos combater a Al-Qaeda com a ajuda das Sahwa, que já os derrotaram no passado”, explica à AFP Amr Khouzai, conselheiro de Maliki para a reconciliação nacional. Para já, há 2000 combatentes a serem treinados e planos para colocar 10 mil milicianos nas cidades de Mossul e Kirkuk, no Norte, e em redor de Bagdad.      

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