Facebook e Instagram proíbem a venda de armas por particulares

Redes sociais acompanham últimas directivas presidenciais de Barack Obama. Facebook tornou-se um fórum para a venda de armas sem licença nos EUA.

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Grupos de activistas já haviam alertado para a facilidade de comprar armas nas redes sociais, até para menores. Dado Ruvic/Reuters

A empresa Facebook anunciou que vai começar a restringir a venda de armas de fogo nas suas redes sociais, como já faz com produtos farmacêuticos e drogas recreativas, por exemplo. As alterações às regras de controlo de venda vão fazer com que seja proibido a utilizadores anunciar ou combinar transacções de armas, através de publicações, grupos de discussão ou mensagens privadas.

Já antes o Facebook tinha proibido a venda de armas por empresas que anunciavam não exigir antecedentes criminais ou psiquiátricos. Tentou também restringir o acesso a armas a menores, depois de vários grupos de activistas terem demonstrado a facilidade de comprar armamento em redes sociais. As novas regras aplicam-se também a munições e peças e permitem a empresas com licença continuar a operar no Facebook e Instagram – rede de partilha e edição de fotografias detida pelo mesmo grupo.

As mudanças serão especialmente sentidas nos Estados Unidos, onde nos últimos anos a rede social se tornou num grande fórum de transacções privadas de armas. No início deste mês, Barack Obama contornou o Congresso ao anunciar uma série de acções executivas destinadas a condicionar a circulação de armas.

As directivas presidenciais – anunciadas depois de tiroteios fatais no Oregon e em San Bernardino, Los Angeles –atingem sobretudo as vendas sem licença ou verificação de antecedentes criminais ou clínicos. Alguns opositores a mais severas leis de controlo de armas nos Estados Unidos responderam aos decretos de Obama dizendo que se fossem impedidos de participar em feiras especializadas – onde se permitiam algumas vendas sem licença ou verificação – passariam a fazer os seus negócios em redes como o Facebook.

“Nos últimos dois anos, cada vez mais pessoas têm usado o Facebook para descobrir bens e comprar e vender coisas umas a outras”, disse na sexta-feira Monika Bickert, directora da política de produtos no Facebook. “Continuaremos a desenvolver, testar e lançar novos produtos que façam com que esta experiência se torne ainda melhor e a actualizar as nossas políticas de regulação.”

A empresa diz depender agora da rede de utilizadores para controlar com eficácia a venda ilegal de armas, através da denúncia de publicações e mensagens privadas – a que o Facebook assegura não ter acesso. Para além de remover publicações não permitidas nas duas redes sociais, a empresa prevê expulsar utilizadores que ignorem as novas regras ou, em alternativa, restringir as suas acções na rede.  

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