Amanda Knox garante que é inocente

Foto
"Eu não fiz o que dizem que fiz", garante Amanda Knox Giorgio Benvenuti/Reuters

Amanda Knox acaba de ser absolvida pelo tribunal de recurso da cidade italiana de Perugia, que ordenou a sua libertação imediata. Tinha sido acusada pelo assassínio da sua colega de apartamento, a britânica Meredith Kercher, em 2007.

A estudante norte-americana e aquele que era seu namorado na altura do crime, Raffaele Sollecito, foram levados para o tribunal de recurso de Peruggia, onde estavam a ser julgados pelo assassínio da britânica Meredith Kercher, que em Novembro de 2007 foi encontrada morta no apartamento que partilhava com Knox, depois de ter sido esfaqueada e violada, segundo os resultados da autópsia.

“Paguei por um crime que não cometi”, disse Knox durante as alegações finais que decorreram nesta segunda-feira à tarde. A estudante norte-americana está detida desde o assassínio de Kercher. Emocionada, disse em tribunal que quer “voltar para casa” e, em lágrimas, considerou as acusações “injustas e sem fundamento”.

“Eu não matei, não violei, não roubei. Eu não estava lá”, disse perante o juiz. E adiantou: “Eu não sou quem dizem que sou. A perversão, a violência, a falta de respeito pela vida. Eu não fiz o que dizem que fiz.”

Knox foi condenada em 2009 a 25 anos de prisão e o seu pai adiantou à BBC que ela passou os últimos três meses a preparar a sua intervenção de hoje. Também Raffaele Sollecito, de 27 anos, foi condenado a 25 anos de prisão por envolvimento no homicídio de Meredith Kercher, negou tê-la acusado do crime. “Ouvi dizer que acusei Amanda, mas isso não é verdade, é completamente falso”, disse.

Grande parte da acusação tem-se baseado nos vestígios de ADN encontrados numa faca que terá sido usada no crime, enquanto a defesa tem procurado pôr em causa testemunhos que apontam para a presença de Amanda Knox e Raffaele Sollecito no local do crime. Meredith Kercher foi encontrada morta no seu quarto na noite de 1 de Novembro de 2007; foi esfaqueada 43 vezes e violada, segundo os resultados da autópsia.

Amanda Knox garantiu ter “boas relações com todas as pessoas que viviam no apartamento” e sublinhou que partilhava a sua vida “particularmente com Meredith”. Pediu justiça no julgamento do homicídio da sua colega de quarto e garantiu que “nunca quis fugir à verdade”.

Durante o julgamento, acompanhado por cerca de 400 jornalistas, Amanda Knox disse que quer regressar à sua casa em Seattle, nos EUA, e repetiu por diversas vezes que está inocente. Tal como Raffaele Sollecito, que negou ter “feito mal a qualquer pessoa”.

Lembrar Meredith

Pouco após as declarações de Amanda Knox, o irmão de Meredith Kercher, Lyle Kercher, disse que “é muito difícil falar de perdão neste momento”, e a irmã, Stephanie Kercher, lamentou que Meredith tenha sido “praticamente esquecida em todo este processo”. E adiantou: “O que todos precisamos de lembrar é a brutalidade do que aconteceu e tudo o que Meredith deverá ter sentido naquela noite.”


A família de Amanda Knox anunciou que, se a decisão fosse a absolvição, iria pedir o repatriamento imediato. “Estamos muito confiantes porque a defesa demonstrou claramente que Amanda está inocente”, disse à AFP a mãe da acusada, Edda Mellas.

A procuradoria fez saber que levaria o caso até ao Supremo, se o veredicto for no sentido da libertação da americana. A acusação sustentou a culpa de Knox no facto de o seu ADN ter sido encontrado no cabo de uma faca cuja lâmina continha o sangue da vítima, mas uma reavaliação do material forense por um painel independente descobriu 54 “erros grosseiros” dos investigadores na recolha de provas, levando à sua exclusão.

Notícia actualizada à 21:30
Sugerir correcção
Comentar