Egipto deteve um dos últimos líderes da Irmandade Muçulmana que estava livre

Essam el-Erian era procurado desde Julho. Será julgado para a semana, juntamente com Morsi, o Presidente deposto.

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Essam al-Erian, em 2010 KHALED DESOUKI/AFP

A polícia egípcia deteve um dos poucos líderes da Irmandade Muçulmana que ainda permaneciam em liberdade. Essam al-Erian, vice-presidente do Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade, foi capturado durante a noite na zona Este do Cairo, anunciou nesta quarta-feira o Ministério do Interior.

Essam al-Erian era procurado desde Julho e deverá ser julgado na próxima semana, juntamente com o Presidente deposto Mohamed Morsi e dezenas de outros responsáveis da Irmandade Muçulmana, diz a agência de notícias estatal Mena.

Uma foto publicada pelos media egípcios mostra Erian sorridente na hora da detenção, ao lado de duas malas. “Não se pode escapar ao destino”, terá dito, segundo a BBC.

Mais de 2000 membros da Irmandade Muçulmana, incluindo a quase totalidade dos seus líderes, foram detidos desde 14 Agosto, dia em que foram mortos centenas de manifestantes pró-Morsi, em graves confrontos com o Exército e a polícia.

Morsi foi o primeiro Presidente eleito do Egipto, mas foi deposto pelo exército a 3 de Julho deste ano. Desde então, as autoridades apertaram o cerco aos apoiantes e responsáveis da Irmandade Muçulmana e acusam-nos de “incitamento à morte”.

Os apoiantes do Presidente deposto já avisaram que o seu líder “não reconhece a autoridade do tribunal” que o vai julgar a partir de 4 de Novembro, pelas acusações de incitamento à morte e violência nos incidentes à porta do palácio presidencial, em Dezembro de 2012.

Entretanto, três juízes que lideravam o julgamento de Mohamed Badie, guia supremo da Irmandade Muçulmana, e dos seus dois adjuntos, Khairat al-Chater e Rachad al-Bayoumi, pediram dispensa por “razões de consciência”.
 
 

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